“Eu sempre mantive tudo sob controle... até ela.” – Oliver Blake. Oliver Blake, o enigmático e poderoso CEO da Blake Industries, vive sua vida de acordo com regras rigorosas, onde sentimentos e distrações não têm espaço. Frio e implacável, ele controla cada aspecto de seu império bilionário e acredita que nada e ninguém poderia desviar seu foco. Mas isso muda quando ele conhece Emily Carter, uma jovem e dedicada designer gráfica, cuja paixão pelo trabalho e leveza de espírito ameaçam sua armadura de gelo. Encantado e intrigado, Oliver inicia uma aproximação discreta, sem jamais esperar que esse jogo silencioso pudesse fugir ao seu controle. Até onde Oliver estará disposto a ir para conquistar a mulher que fez sua vida virar de cabeça para baixo? E Emily... será que ela conseguirá resistir aos sentimentos que surgem por seu chefe, enquanto se sente irrevogavelmente atraída pelo admirador secreto que entrou em seu mundo?
Ler maisOliver
O silêncio. Ele sempre foi meu aliado mais confiável. Aqui, no meu escritório no 42º andar, o som abafado da cidade nunca chega a penetrar. Apenas o som suave das teclas do meu computador, enquanto reviso o relatório financeiro mais recente da Blake Industries, me acompanha. É assim que prefiro. Sem distrações.
A Blake Industries, minha criação, meu império. Líder em tecnologia de inteligência artificial, fornecendo soluções para as maiores empresas globais. Milhares de funcionários, bilhões em contratos. E no centro de tudo isso, eu. Aqui, nada escapa ao meu controle.
Meus olhos percorrem os números na tela, em busca de qualquer desvio. Encontrar um erro aqui é inaceitável. Tudo deve estar exato. Sem margens para falhas. Um deslize e a confiança de investidores e clientes pode evaporar como fumaça. Isso é algo que jamais permitirei.
Um número incorreto aparece no relatório. Um pequeno erro, quase imperceptível para qualquer outra pessoa, mas não para mim. Aperto o interfone.
— Traga o chefe do setor financeiro. Agora.
Minha voz, como sempre, é firme e fria. Minha assistente pessoal, que trabalha comigo há anos, já está acostumada com meu tom. Ela não faz perguntas desnecessárias, apenas executa o que é preciso, e é por isso que ainda está aqui. Confiança e eficiência. São as únicas qualidades que valorizo.
— Sim, senhor Blake — ela responde rapidamente, como esperado.
Fecho o relatório e olho pela janela por alguns segundos. A vista sobre a cidade é impressionante, mas irrelevante. São apenas prédios, como os milhares que já vi. Nenhum deles significa mais do que os números na minha tela. O que realmente importa está aqui, na Blake Industries.
Perto da minha mesa, algo fora do comum chama minha atenção. Um buquê de flores. Elas foram deixadas discretamente, sem eu perceber. Meu olhar endurece. É irritante vê-las ali. É uma lembrança de algo que ainda não posso controlar. Não aqui, não no ambiente de trabalho.
Desde que a nova designer de marketing começou a trabalhar aqui, há três meses, senti algo diferente. Ridículo, eu sei. Eu, que sempre tive tudo sob controle, envolvido em um jogo infantil de enviar flores anonimamente. Eu deveria parar. Deveria, mas não o faço. Há algo nela que me atrai de uma maneira que não consigo explicar.
A forma como ela se move, a dedicação no que faz, a criatividade que coloca em cada detalhe. Eu me lembro de vê-la pela primeira vez em uma apresentação para um novo projeto de marketing. Ela não tem ideia de quem sou, e isso me dá uma vantagem. Mas o fato de que flores estão aqui, agora, no meu escritório, serve apenas para lembrar o quão irracional isso é.
Eu estava prestes a empurrar o buquê para o lado quando Alice entra na sala, trazendo o chefe do setor financeiro, Richard Matthews, a reboque.
— Senhor Blake, o senhor solicitou uma reunião? — ele começa, tentando manter a calma. A expressão no rosto dele revela uma ansiedade contida. Ele já esteve em reuniões comigo o suficiente para saber o que vem a seguir.
— Sim, Matthews. Sente-se — respondo sem tirar os olhos do buquê de flores por mais um segundo. Então, volto-me para ele. — Recebi o relatório financeiro da última semana e encontrei um erro. Uma discrepância mínima, mas suficiente para comprometer a apresentação final para os investidores.
— Um erro? — Ele tenta esconder a surpresa. — Onde exatamente?
Alice, sempre eficiente, já entregou uma cópia do relatório para ele. Aponto para a linha específica sem rodeios.
— Aqui. A alocação de capital do projeto de inovação foi incorretamente calculada. O percentual de investimento privado não b**e com as margens de lucro projetadas.
Ele folheia o documento, tentando acompanhar meu raciocínio. Eu sei que ele entende o problema, mas quero que ele sinta o peso do erro.
— Eu... peço desculpas, senhor Blake. Isso não vai se repetir.
— Não deveria nem ter acontecido, Matthews. Esse tipo de erro afeta diretamente a nossa credibilidade. Quero esse relatório corrigido e em minha mesa até o final do dia. Sem mais falhas.
Matthews assente rapidamente, com o rosto pálido.
— Sim, senhor Blake. Irei corrigir imediatamente.
— Ótimo. Pode ir.
Ele se levanta com pressa, levando o relatório consigo. Alice, que estava em silêncio durante a reunião, me olha, aguardando instruções. Nossos diálogos são sempre breves, objetivos. Ela sabe o que espero.
— Mande uma mensagem para o setor de marketing. Quero um briefing do projeto de design de novos produtos até amanhã de manhã — digo, já me voltando para o computador.
— Claro, senhor. Algo mais? — ela pergunta, sempre formal.
Eu hesito por um segundo. Há algo mais, mas não que eu possa pedir diretamente. Olho novamente para o buquê, então rapidamente desvio o olhar. O bilhete anônimo que escrevi para ela já deve ter sido entregue junto com as flores. A última coisa que quero é demonstrar qualquer coisa.
— Não, é só isso.
Alice faz uma breve reverência com a cabeça e sai da sala.
Sozinho de novo, finalmente permito que meus pensamentos vaguem por um momento. Emily Carter. O nome dela soa em minha mente com uma familiaridade irritante. É estranho que, mesmo sem conhecê-la pessoalmente, ela tenha causado tanto impacto. Não deveria ser assim. Não para mim.
Mas desde que ela começou a trabalhar aqui, algo mudou. Eu a vigio. Pequenos detalhes que eu noto mesmo quando não deveria. Um sorriso para seus colegas no corredor. O jeito que ela se concentra em uma tela, completamente absorvida pelo que faz. Ela é talentosa, isso eu reconheço. O projeto mais recente de marketing foi bem recebido pela diretoria, e ela teve uma participação crucial nisso. Foi essa apresentação que me levou a enviar as primeiras flores, um gesto incomum para alguém como eu. Estúpido, talvez. Mas eu queria ver sua reação, mesmo sabendo que jamais me revelaria.
Eu sei que estou agindo de uma maneira irracional. Tenho uma reputação a zelar. Homens como eu não perdem tempo com... distrações. E, no entanto, aqui estou, enviando flores como um adolescente impressionado. Não posso continuar assim. Preciso parar com esse absurdo antes que perca o controle de algo que deveria estar completamente sob meu domínio.
Verifico meu celular, um e-mail recém-chegado aparece na tela. Abro-o, já esperando alguma notificação importante.
"Obrigada pelas flores. Foram um belo gesto, e me ajudaram a começar o dia com mais leveza."
Simples, direto. Sem assinatura, mas eu sei de quem é, era da caixa de entrada do email que fiz apenas para me comunicar com Emily. Ela não faz ideia de quem está por trás dos presentes, e é assim que deve continuar.
Coloco o celular de volta na mesa e me permito relaxar por um breve segundo. Isso não significa nada. Apenas um gesto insignificante. Está decidido, amanhã, tudo volta ao normal, e minha mente estará focada no que importa: números, contratos, expansão. Tudo o que sempre esteve sob meu controle.
Mas hoje... o buquê no canto da mesa permanece no meu campo de visão.
O que aconteceria se Emily descobrisse quem sou?
Epílogo OliverSe alguém tivesse me dito três anos atrás que eu estaria exatamente aqui, agora, com uma família e completamente apaixonado pela minha esposa, eu teria rido na cara dessa pessoa e dito que era louca.Mas aqui estava eu.Na varanda da fazenda dos pais de Emily, observando-a brincar com Noah no campo aberto, sua risada ecoando pelo ar, enquanto o sol dourado da tarde pintava um cenário perfeito ao redor deles.Noah, com dois anos e meio, corria desajeitado pela grama, segurando uma bola nas pequenas mãos, enquanto Emily, grávida da nossa princesinha, ria ao tentar alcançá-lo.Ela estava linda. Sempre esteve, mas agora, carregando nossa filha em seu ventre, ela irradiava uma beleza ainda mais intensa. Seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado, alguns fios caindo ao redor do rosto corado pelo calor do sol. Vestia um vestido leve, branco, que realçava a curva arredondada de sua barriga.Meu coração apertou no peito com uma mistura de emoções.Eu nunca imaginei que t
EmilyEu nunca soube que era possível sentir tanto amor de uma só vez.Noah estava em meus braços, completamente relaxado, respirando suavemente contra o meu peito. Sua pele era tão macia que parecia seda, e seu cheirinho era uma mistura de pureza e algo que só podia ser descrito como "meu bebê".Eu não conseguia soltá-lo. Desde o momento em que os enfermeiros o trouxeram para mim, tudo o que eu queria era senti-lo perto, ouvir cada pequeno suspiro, cada movimento leve dos seus dedinhos minúsculos.Oliver estava sentado ao meu lado na cama, um braço ao meu redor e outro apoiado na beirada do bercinho portátil que haviam colocado ao lado. Ele parecia tão encantado quanto eu, os olhos fixos em Noah como se estivesse decorando cada mínimo detalhe do nosso filho.O quarto do hospital era espaçoso e aconchegante, preparado especialmente para mães e bebês que precisavam descansar após o parto. As paredes tinham um tom suave de azul-claro, e cortinas brancas e leves balançavam suavemente com
OliverEu nunca soube o que era verdadeiro pavor até estar naquele hospital, segurando a mão de Emily enquanto ela atravessava a dor do parto.Ela apertava meus dedos com tanta força que eu sentia meu sangue parar de circular, mas não me importava. Tudo o que importava era ela.Seu rosto estava molhado de suor, os cabelos grudados na testa, os olhos semicerrados enquanto mais uma contração a atingia. Eu queria absorver aquela dor para mim, queria fazer qualquer coisa para que ela não sofresse tanto.— Você está indo bem, meu amor. Eu estou aqui. — Sussurrei contra sua testa, tentando transmitir qualquer tipo de conforto.Mas no segundo seguinte, ela virou o rosto para mim, os olhos chamejando em pura frustração e dor.— SEU AQUI NÃO ME AJUDA A PARIR!Engoli em seco, sentindo o peso da sua fúria atravessar cada célula do meu corpo.Ok… isso era esperado. Eu já tinha lido sobre o quanto as mulheres ficavam intensas durante o parto, mas a experiência era muito mais assustadora na prátic
EmilyO pânico tomou conta de mim no mesmo instante em que senti o líquido quente escorrer por minhas pernas. Meu coração disparou e meus olhos encontraram os de Oliver, que pareciam se expandir na mesma velocidade do meu desespero.— Oliver… minha bolsa estourou! — A segunda vez que anunciei parecia ainda estar caindo a ficha. Minha voz saiu alta, quase em choque.Ele ficou parado por um segundo, apenas piscando para mim. Eu podia ver claramente a engrenagem girando na cabeça dele, tentando processar o que estava acontecendo.— O quê? — Ele repetiu, como se estivesse tendo dificuldades para acreditar.— Eu disse que minha bolsa estourou! O bebê está vindo! — Exclamei, agarrando seu braço.Foi então que tudo virou um caos.Oliver pareceu despertar de um transe e, em um segundo, saiu correndo pela sala, abrindo e fechando gavetas aleatórias, pegando coisas aleatórias.— Ok, ok! Vamos! Temos que ir! Cadê a mala? Onde está a mala? TEMOS UMA MALA? — Ele perguntou, olhando para mim com os
OliverEu queria que aquela noite fosse especial. Não apenas um jantar qualquer, mas um momento que Emily lembraria para sempre. A reta final da gravidez estava sendo cansativa para ela, e tudo que eu queria era fazê-la se sentir amada, cuidada e lembrá-la do quanto ela significava para mim.Então, com um plano em mente, passei a tarde organizando tudo. Pedi que os funcionários saíssem mais cedo e fiz questão de preparar cada detalhe pessoalmente. Acendi velas pela sala, coloquei uma música suave para tocar e arrumei a mesa com a melhor louça que tínhamos. O aroma da comida que preparei — sim, eu mesmo — preenchia o ambiente, misturando-se ao leve perfume de lavanda que Emily gostava.Quando tudo estava pronto, subi para chamá-la. Encontrei-a deitada na cama, os olhos fechados, mas sem realmente estar dormindo. — Emily. — Chamei suavemente, acariciando seu cabelo. Ela abriu os olhos devagar, um sorriso sonolento surgindo em seus lábios. — Hm? — Quero te mostrar uma coisa. Vem
EmilyO dia amanheceu silencioso, e, pela primeira vez em meses, acordei sem aquela sensação de alerta constante, sem a preocupação com o que poderia acontecer a seguir. Tudo estava resolvido. Fernando e Sofia estavam fora de nossas vidas, e eu finalmente podia focar no que realmente importava: minha família.Virei-me na cama e encontrei Oliver ainda dormindo. Seu peito subia e descia em um ritmo calmo, e a luz suave da manhã iluminava seu rosto de uma forma quase poética. Ele parecia tão tranquilo, tão diferente do Oliver sempre tenso e preocupado que eu conheci nos últimos meses.Senti Noah se mexer dentro de mim, como se estivesse compartilhando do mesmo sentimento de paz.— Bom dia, meu amor. — Murmurei, acariciando minha barriga.Ao meu lado, Oliver se mexeu lentamente, esticando os músculos antes de abrir os olhos preguiçosamente. Um sorriso suave apareceu em seus lábios assim que me viu, e por um momento, fiquei apenas observando-o, absorvendo a tranquilidade daquele instante.
Último capítulo