Narração: Sara
A fotografia escapou da moldura como se quisesse fugir de mim, voando pelo quarto até explodir contra a parede.
O estalo do vidro quebrado ecoou pela casa vazia… e parecia o som exato do meu peito se partindo.
— Eu sou uma idiota! — gritei, sentindo minha própria voz rasgar a garganta. — Eu te amo! Que burra! Que burra!
Caí de joelhos, sem forças. Afundei as mãos nos cabelos, tentando arrancar de dentro de mim aquela dor que queimava como fogo. Meu mundo estava desmoronando e, pela primeira vez, eu não sabia se conseguiria me levantar.
Cada lembrança do Vinícius era uma faca me cortando por dentro. O jeito que ele me olhava, o toque das mãos dele, a voz… Tudo agora era veneno.
Ainda com os olhos embaçados pelas lágrimas, arrastei-me até o notebook dele. Minhas mãos tremiam enquanto digitavam, como se eu pudesse sangrar pela ponta dos dedos. Eu estava despejando no teclado cada palavra que não tinha coragem de dizer em voz alta. Talvez fosse um adeus. Talvez fosse só des