capítulo 68

Narração: Sara

Aquele lugar fedia a mofo e desespero e eu ainda estava lá pressa. As paredes pingavam umidade, e eu não sabia dizer se era água ou o choro das outras almas que já tinham passado por ali. O tempo parecia não existir. Só a dor. O medo. E a vontade de sumir com meu bebê dali.

Meus joelhos doíam. A cabeça latejava. A garganta arranhava de tanto implorar.

— Eu te imploro, me solta, eu tô grávida... por favor...

Mas pedir clemência pra monstros era como jogar palavras no lixo. Tico me olhou com aquele olhar sem alma e rosnou, impaciente:

— Cala a boca! Já tô perdendo a paciência com você!

E ainda dizem que o diabo tem chifres… Não. Ele usa boné, fuma cigarro barato e segura uma arma com naturalidade.

Do outro lado, Teco, o mais novo e menos cruel, parecia mais um menino assustado do que um sequestrador.

— Eu tô com pena dela, Tico... Ela tem um nenê...

Pela primeira vez, vi algo parecido com humanidade brilhar nos olhos dele.

— Melhor! Eles vão pagar mais... — respondeu Tico
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