Narração: Vinícius

Já fazia uma semana des que a Sara teve alta do hospital. O bebê e ela estava bem e ainda parecia um sonho bom do qual eu não queria acordar. Era tudo tão certo entre nós. Ela ria das minhas besteiras, me olhava como se eu fosse o melhor cara do mundo… Eu não sabia que dava pra ser tão feliz assim. Era domingo, dia de escrever, e ela tinha resolvido encarar uma missão delicada: contar pro pai dela que ia ser avô.

O relógio parecia rir da minha cara, me provocando. Eu andava de um lado pro outro feito um leão trancado numa jaula.

— Sara, tem certeza que você quer ir sozinha? Eu te levo.

— Sim, eu vou. O meu pai tem o direito de saber que vai ser avô.

A voz dela tava firme, tão segura, que nem todo meu medo conseguiu convencê-la do contrário,porque eu não gosto muito do meu sogro,ele não é confiável junto com aquele Didi.

— Tá bom… mas me liga quando chegar lá.

— Sim, eu ligo! Vai escrever, hein? Hoje é domingo...

— Tô atrasado com meu livro.

— Qual o nome dele?

— Eu,