Capítulo 71

Narração de Sara Vasconcellos

... No quarto de hospital, onde até o silêncio parecia lamentar...

Acordei com um peso no peito que não era só físico. Era um vazio. Um vácuo. Algo faltando... dentro de mim.

— Carmem... — chamei, com a voz embargada.

Ela segurou minha mão com tanta delicadeza que eu soube, naquele toque, que algo estava errado.

— Oi, querida... você está bem agora... — tentou sorrir. Mas o sorriso dela não subia até os olhos.

— Como você está? — Luna apareceu, com os olhos vermelhos.

— Eu tô bem... — menti. Porque a pergunta que realmente importava veio logo depois:

— Mas... como está o meu bebê?

Silêncio.

Silêncio do tipo que corta. Silêncio de quem não tem coragem de dizer.

— Eu vou chamar o Vinícius... — Carmem se apressou.

— Nem precisa... olha ele aqui... — Luna sussurrou, apontando para o corredor.

Quando vi o rosto do meu marido, eu soube.

Ele estava destruído. Um homem quebrado. E eu também quebrei, por dentro.

— Que cara é essa, amor? Me diz... Nosso bebê está b
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