Narração de Sara Vasconcellos
... No quarto de hospital, onde até o silêncio parecia lamentar...
Acordei com um peso no peito que não era só físico. Era um vazio. Um vácuo. Algo faltando... dentro de mim.
— Carmem... — chamei, com a voz embargada.
Ela segurou minha mão com tanta delicadeza que eu soube, naquele toque, que algo estava errado.
— Oi, querida... você está bem agora... — tentou sorrir. Mas o sorriso dela não subia até os olhos.
— Como você está? — Luna apareceu, com os olhos vermelhos.
— Eu tô bem... — menti. Porque a pergunta que realmente importava veio logo depois:
— Mas... como está o meu bebê?
Silêncio.
Silêncio do tipo que corta. Silêncio de quem não tem coragem de dizer.
— Eu vou chamar o Vinícius... — Carmem se apressou.
— Nem precisa... olha ele aqui... — Luna sussurrou, apontando para o corredor.
Quando vi o rosto do meu marido, eu soube.
Ele estava destruído. Um homem quebrado. E eu também quebrei, por dentro.
— Que cara é essa, amor? Me diz... Nosso bebê está b