Narração: Sara
Ainda sem saber de nada, decidi escrever uma carta para Vinícius. Contar sobre nossos encontros secretos, sobre o amor silencioso que cresceu sem pedir permissão. Talvez um dia ele lesse... talvez não. Mas eu precisava colocar no papel. E eu escrevi linha por linha,palavra por palavra. Guardei,e resolvi descer e tomar um bom café em paz,mais...
A paz, no entanto, não durou muito.
— Flávia! — a voz de Fernanda cortou a cozinha. — Eu já disse que gosto de leite desnatado! Isso aqui é leite integral! Você não sabe ler, não?
— Me desculpa, senhora Fernanda. Posso ver se tem outro...
Antes que Flávia se humilhasse mais, minha voz saiu afiada como navalha:
— Você não vai ver nada, Flávia. Se ela quiser leite desnatado, que vá beber na casa dela. Porque aqui... ela não vai.
Fernanda se virou, com aquele sorriso falso que ela achava que enganava alguém.
— Sara! Bom dia...
— Eu estava tendo um bom dia. Mas aí olhei pra sua cara e perdi a vontade. Talvez, quando você sair, ele vo