Capítulo 3
Quando acordei novamente, meus olhos estavam vendados e eu não conseguia ver nenhuma luz.

Minhas mãos e pés também estavam amarrados, e uma dor intensa vinha das minhas costas.

A corda atrás de mim foi puxada para cima, e meus pés afundavam na água gelada.

A água gelada foi subindo, cobrindo meu peito, minha cabeça...

Eu não conseguia respirar, nem sequer emitir um pedido de socorro.

Enquanto eu me debatia violentamente, a corda foi puxada para cima.

Eu respirava o ar com força até não conseguir mais tossir, e só então os homens na margem falaram devagar:

— Você provocou quem não devia, por isso me mandaram aqui para te torturar.

Antes que eu pudesse responder, fui jogada novamente na água profunda.

Assim aconteceu várias vezes: sempre que eu estava prestes a me afogar, era puxada de volta à superfície.

Por fim, fui jogada na margem. O homem na beira da água discou um número:

— Chefe, está tudo resolvido.

Ouvi a voz de Vicente do outro lado da linha:

— Saíam imediatamente. Deixem que eu resolverei o resto.

Pouco depois, passos apressados se aproximaram. Em seguida, fui desamarrada e puxada para um abraço quente.

Antes de perder completamente a consciência, vi os olhos vermelhos de Vicente.

— Desculpe, Vânia. Eu também não tinha coragem de te machucar, mas você não devia ter ferido Joana. Eu te castigo uma vez, para que aprenda a lição daqui em diante.

Claramente foi você quem me feriu, mas por que, no fim, pareceu não querer me deixar?

Exatamente como no nosso conflito da vida passada.

Vicente me levou de volta ao meu apartamento.

Desde que minha mãe morreu, ele sempre vinha cuidar de mim, e eu até lhe dei a chave de casa.

Chamou o médico da família para confirmar que eu estava bem, depois ficou sentado à beira da cama cuidando de mim a noite inteira.

— Desculpe, Vânia. Quando realizarmos nosso casamento, eu vou compensar você como deve ser. — Ao amanhecer, eu ouvi Vicente dizer isso antes de sair.

Não haverá casamento, pensei.

Sentei-me, ainda com dor de cabeça.

Meu pé direito mancava por causa da corda que me havia prendido.

Toquei o bolso: a escultura de jade que minha mãe me deu ainda estava ali.

Ainda bem.

A porta foi violentamente aberta. Joana estava diante de mim.

Atrás dela, vinham as jovens ricas que costumavam segui-la.

Ao ver o meu estado miserável, ela riu alto:

— Irmã, como foi que você ficou nessa situação?

Não quis responder e estava prestes a sair, mas ela perguntou com desdém:

— O Vicente também não foi com você ao parque de diversões, foi? Que pena, ele não sabia que você estava prestes a sair do país em casamento arranjado. Ontem você queria se despedir dele. — Ela continuou falando sem parar. — Eu só disse a ele que você voltou para casa fazendo birra de filha mimada e me empurrou na piscina. Então ele mandou a gente sequestrar você para te punir. Sabe por que quase se afogou ontem à noite? — Lançou-me um olhar inquisidor e então respondeu com frieza: — Porque fui eu quem dei dinheiro extra aos sequestradores para que continuassem te afogando. Irmã, você é realmente digna de pena!

— Cale a boca. Você não tem medo que Vicente descubra a verdade? Ele detesta a mentira.

Joana riu ainda mais:

— Como ele iria descobrir? Você já vai para o exterior. Aquele padrinho matou três esposas. Quanto tempo você acha que vai sobreviver?

Ela fez um sinal com os olhos, e as pessoas atrás dela vieram me segurar. Joana arrancou a escultura de jade da minha mão.

— Você não disse que tudo que eu tenho veio de você?

Dizendo isso, ergueu bem alto a mão.

— Então vou te mostrar como destruo tudo o que é seu.

— Não!!! — Gritei.

Mas já era tarde. A escultura caiu no chão, quebrando-se em pedaços irreconhecíveis.

Antes que eu pudesse recolher os fragmentos para tentar juntá-los, Joana já havia mandado os seguranças me carregarem para o carro, direto para o aeroporto.

Quando Vicente terminou de resolver os assuntos da empresa e foi ao meu apartamento, só encontrou escuridão.

Um pressentimento ruim tomou conta dele, e imediatamente correu para a mansão da família Linhares.

— Tio, onde está Vânia?

— Vânia? Nesta hora ela já deve estar no país H.

O coração de Vicente bateu violentamente, e ele disse com voz trêmula:

— Por quê? Por que ela foi para lá?
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