Elisa deu um passo para trás. O ar parecia lhe sufocar, como se cada palavra de Lívia derramasse veneno em sua pele. O chão sob seus pés tremeu por um instante, não por medo, mas pelo golpe inesperado da lembrança.

  — Você está mentindo… — murmurou, mas sua voz fraquejou no fim.

  Lívia sorriu. Um sorriso venenoso. Vitorioso. Cruel.

  — Eu mentiria, se tivesse algo a esconder. Mas a verdade, Elisa, é libertadora, não é? — Ela passou a ponta dos dedos lentamente pelo batente da porta.— Você prejudicou algo que me pertencia. Agora, é minha vez de tirar tudo o que você ama.

  — Do que você está falando? Eu nem te conheço! A primeira vez que te vi foi no restaurante. — Elisa tentou manter a voz firme, mas a desconfiança já arranhava por dentro.

  — Não, querida. Nos conhecemos já tem um tempo. Mas você se achava superior demais para querer ser minha amiga.— Lívia disse com amargura.

  — Você só pode estar me confundindo...— respondeu com o olhar estreito.

  — Não se faça de