Cap 295. Briga interna
Elisa ficou imóvel por alguns segundos, como se o ar ao redor tivesse se tornado denso demais para respirar. O som do garfo batendo de leve no prato diante dela foi a única coisa que ouviu depois que Adam se afastou com o menino nos braços e a mulher ao lado.
As lágrimas, que ela havia segurado com tanta força, finalmente caíram. Silenciosas. Quentes. Lentas. Ela as deixou escorrer sem se importar com os olhares.
O gosto amargo da tristeza subiu pela garganta como algo queimada há muito tempo, mas nunca digerido. Era um gosto familiar. Um abandono antigo reencenado, mas agora com novas feridas.
Ela se levantou devagar, recolheu a bolsa, ajeitou o blazer com os dedos trêmulos e saiu do restaurante sem olhar para trás. Os passos ecoaram no hall, mas ela não ouvia nada. Só o som do próprio peito, doído, como se cada batida a lembrasse do que nunca foi dito. Do que nunca foi dividido.
Ao chegar no estacionamento, o destino a presenteou com o que ela não precisava ver.
Elisa paro