Cap 265. Cuidado e preocupação.
Com os dias passando, o peso do luto caía em todos. A dor era partilhada como uma sombra que atravessava cada membro da família. Mas em nenhum deles o vazio parecia tão profundo quanto em Heitor.
Ele, que sempre foi o mais apegado com os bisavós. Que sentava ao lado de Aurélio só para ouvi-lo contar pela milésima vez a mesma história da juventude. Que passava horas no jardim com Helena, ajudando a podar as flores ou simplesmente observando o modo como ela conversava com as plantas como se fossem gente. Para ele, a ausência era um buraco aberto no peito, sem fundo, impossível de preenchê-lo. Não havia palavras que consolassem. Só um olhar perdido, uma saudade precoce, e uma solidão que não combinava com seus vinte e cinco anos.
A ausência deles transformou a mansão.
Não houve choro no velório retratado nas páginas de notícias, apenas o silêncio que ficou depois.
A casa parecia respirar de outro jeito agora.
As paredes, que antes eram tão cheias de histórias, estavam mais fria