Oliver franziu a testa, intrigado com a pergunta. Ele viu a dor nos olhos de Cléo e sabia que havia algo mais profundo por trás daquela pergunta. Sua expressão era de preocupação e curiosidade.

— Que tipo de crime? — perguntou ele, sua voz firme, mas com um tom de compaixão que fez Cléo se sentir um pouco mais à vontade para continuar.

Cléo respirou fundo antes de começar a falar, as palavras saindo de sua boca como um rio que havia sido represado por anos. Seu olhar estava perdido no passado, e sua voz era um sussurro.

— Tudo aconteceu anos atrás, quando eu estava começando na enfermagem... — disse ela, sua voz quebrada pela dor que aquelas lembranças traziam. — Eu fiz a triagem de uma mulher e uma criança. Ambas estavam muito machucadas. A mulher, que tinha 30 anos na época, pediu ajuda porque o marido dela batia nela. Ela havia crescido em um orfanato, não conheceu os pais, não tinha ninguém para pedir ajuda.

A voz de Cléo tremia enquanto ela falava, e Oliver podia sentir a