Chakay inclinou-se no trono de pedra, os dedos tamborilando com paciência impiedosa.

— Hum, fascinante sua ideia, em Dois dias, então! Em dois dias, Naryah fará o primeiro movimento. Seja uma taça envenenada, uma porta aberta na hora certa ou apenas um recado sussurrado. Quando meu irmão tombar, o povo não culpará Chakay… mas sim, sua esposa e os inimigos que eu escolher.

O rosnado do lobo tornou-se um rugido abafado, vibrando dentro do peito do rei, em uma gargalhada hostil, e ao mesmo tempo um prazer selvagem, rosnou.

— e adivinha quem vai ser o tiozinho querido da pestinha, poderá seva-la até os 18 anos quando ela receberá sua loba Anúbis, com poderes inimagináveis, sua descendência com ela será poderosa. Hhuuuummm, não vejo a hora de consumi-la noite a dentro.

Naquele mesmo dia, início de tarde, quando as tochas ainda apagadas nos corredores do castelo, Chakay convocou Naryah através da conexão mental, grave e implacável.

— Naryah. Vem. Silenciosa como sempre foste, entre nós meus aposentos como sempre na surdina e invisível, como foi treinada.

A jovem serva estranhou a urgência, mas por sorte a senhora Valéria não estava por perto apenas o jardineiro tomando um café na mesa da cozinha, que não percebeu a minha ausência mental, a campainha tocou um mensageiro coberto de poeira chegou aos portões da casa, trazendo consigo uma pequena caixa lacrada, destinado à senhora Valéria.  No entanto, não foi Valéria quem apareceu, mas a serva Naryah de passos apressados e olhar submisso. Com as mãos trêmulas, ela abriu a porta, inclinando a cabeça em reverência,

o mensageiro meio sem graça por não ter sido senhora Valéria que o receberá, quando ia pronunciar que só seria possível entregar a senhora Valéria ou ao Senhor Igor, uma voz alegre e descontraída veio de trás da serva

— Olá, boa tarde, nossa eu estava ansiosa por receber essa encomenda, olha filha, chegou você vai adora o mimo que a mamãe comprou para você. — Dihedra sorriu alegremente dizendo — Oba mamãe, eu adoro presente, te amo tanto mamãe!

Valéria alegremente respondeu. — A mamãe também te ama, meu amor. – Virou-se e agradeceu gentilmente ao mensageiro e subiu as escadas enquanto a serva fechava a porta, sem perceber que lá no fundo Valéria nervosa por não saber do que se tratava e o porquê do segredo entorno daquela caixinha.

Pela conexão mental Valéria avisou a Igor que a encomenda chegou, ele respondeu secamente, mantenha na mochila que irar com você, é importante que mantenha com você quando saímos.

Ao cair da noite, em sua cama Chakay, aguardava ansioso por Naryah.

 No cair da noite, como um grilhão invisível que apertava sua mente, ela não podia resistir. Levantou-se na escuridão, cobriu-se com o véu negro das criadas e, sem que ninguém percebesse, saiu para atender ao lobo mal que a moldara.

Os aposentos de Chakay eram vastos, iluminados apenas pelo bruxulear das chamas vermelhas das tochas. Naryah conteve o fôlego ao cruzar a soleira do quarto, o peso do silêncio esmagando-lhe os ombros.

O rei a esperava de pé, imóvel como uma estátua talhada em trevas, os braços cruzados atrás das costas de frete para uma parede de vidro que dava para ver o centro da cidade, e ao virar a encarou com seu olhar faiscante que atravessava sua alma. Quando enfim falou, a voz de Chakay cortou o ar como aço recém forjado:

— Dois dias, Naryah. Esse é o tempo que nos resta.

Ela manteve os olhos no chão, como sempre fizera, mas o coração pulsava com desejo e medo.

— O que devo fazer, meu senhor?

Chakay deu um passo à frente, e o silêncio entre eles tornou-se sufocante.

— Em dois dias, farás o primeiro movimento. Não importa como. Talvez uma taça envenenada. Talvez uma porta aberta na hora certa. Ou apenas um recado sussurrado. Não me importa o método. Importa o resultado.

Ele se inclinou, o rosto tão próximo que Naryah podia sentir o hálito quente, carregado de ferro e sangue.

— Quando meu irmão tombar, o povo não me culpará. Não. A culpa cairá sobre Valéria e meus inimigos. Tu serás a sombra que move as peças, e ninguém jamais saberá.

Naryah fechou os olhos por um instante. Parte dela queria questionar, outra queria obedecer. No fim, como sempre, inclinou a cabeça em silêncio.

— Como quiser, meu senhor.

Chakay se ergueu satisfeito, os olhos ardendo como brasas.

— Dois dias, pequena sombra. E o mundo verá o fim de Igor.

O ar parecia pesado, saturado de algo que era mais do que silêncio: era a antecipação e desejo.

O olhar dele, faiscante, percorreu cada curva do corpo dela. Não havia ordens, não havia correntes invisíveis, apenas a intensidade predatória de um lobo que encontra sua presa e a convida a partilhar da mesma fome.

Chakay, murmurou, a voz grave como trovão contido:

— Hoje… não quero apenas sua obediência. Quero tua entrega.

Naryah ergueu os olhos devagar, como se rasgasse uma muralha interna. Nos lábios dela havia medo, mas também desejo, um desejo que se tornava impossível de esconder. Quando ele estendeu a mão, ela não recuou. Tocou-a. E, naquele gesto, cedeu.

Os dedos de Chakay deslizaram pela pele dela como fogo, arrancando-lhe arrepios que nenhuma palavra poderia conter. O corpo de Naryah respondeu ao toque, arqueando-se, buscando-o. Ele a puxou contra si, beijando-lhe nos lábios num beijo intenso, dominador, que ela retribuiu com a mesma urgência.

A respiração deles se misturava, ofegante, enquanto as roupas se desfaziam em meio a mãos apressadas e calor crescente. Pela parede de vidro do quarto a cidade, antes símbolo de poder e tirania, tornou-se testemunha muda de um encontro em que não havia rei nem serva, apenas dois corpos queimando sob a mesma chama.

O ritmo era bruto, faminto, mas dentro daquela violência de desejo havia cumplicidade. Cada suspiro de Naryah se confundia com o rosnado baixo de Chakay, cada movimento era resposta e provocação, como se a escuridão os tivesse devorado e fundido em uma única criatura.