Depois de tudo aquilo, eu esperava desabar.
Achei que, quando Carlos finalmente caísse, quando a verdade fosse exposta, quando as máscaras se rasgassem diante de toda a sociedade hipócrita, eu sentiria aquele vazio depois da guerra.
Mas não.
O que eu senti…
Foi paz.
Não uma paz barulhenta, explosiva.
Mas aquela calma que vem quando a ferida fecha.
Quando o corpo ainda dói, mas você respira fundo e percebe que ainda tá de pé.
Eu fiquei em silêncio por dias.
Fiquei em casa, andei com meias no chão frio, bebi chá demais e reabri aquele estudo antigo que estava esquecido no fundo de uma pasta digital.
A pesquisa que eu tinha começado com entusiasmo, mas que Carlos tratou como “inútil”.
A mesma que ele dizia que era “ambiciosa demais pra uma médica jovem”.
A que ele, com sua doce manipulação, me convenceu a enterrar.
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Mas não enterrei.
Aston apareceu no meu apartamento duas semanas depois do escândalo, segurando uma caixa de croissants, um café quente e um sorriso como se fosse normal ap