Depois de um breve silêncio, Jean perguntou, hesitante:
— É mesmo por esse motivo?
Parecia que ele estava começando a acreditar na minha história.
— Claro, e qual outro motivo seria? — Respondi com firmeza, mantendo a calma no tom.
Ainda bem que estávamos falando pelo telefone. Se fosse cara a cara, eu provavelmente já teria me entregado de tão nervosa.
— Achei que você estivesse tentando me evitar, querendo ir embora de vez. — Sua voz era fria, mas havia um traço de descontentamento nela.
Meu coração deu um salto, mas forcei um sorriso e respondi, tentando soar despreocupada:
— Você está pensando demais. Faz tempo que terminamos. Se eu quisesse te evitar, já teria desaparecido há muito tempo.
Houve outro momento de silêncio do outro lado. Eu sabia que deveria encerrar a conversa ali. Quanto mais falássemos, maior a chance de eu dizer algo errado e me trair.
Mas, justo quando abri a boca para dizer “até mais”, ele falou de novo:
— Você se mudou?
Meu coração quase parou. A resposta fico