— Sim, esses dias foram muito corridos. Tive que acompanhar um projeto muito especial e, por isso, todos os celulares pessoais precisaram ser entregues temporariamente. Não consegui entrar em contato com você. — Jean explicou, ainda contando uma mentira gentil para me tranquilizar.
Eu sabia que ele estava escondendo a verdade para não me preocupar.
— E aí? Está brava comigo? — Ele perguntou, com um leve sorriso na voz, tentando aliviar o clima.
— Não. — Respondi, com os olhos cheios de lágrimas. Minha visão estava tão embaçada que não conseguia continuar dirigindo. No meio do trânsito caótico e lento, forcei uma mudança de faixa e encostei o carro em um ponto de ônibus na beira da estrada.
— Jean, eu não estou brava. Só quero que você não se preocupe comigo. Cuide bem de você mesmo, está bem? — Depois de estacionar o carro, usei a outra mão para limpar as lágrimas antes de conseguir falar de forma mais controlada.
— Estou bem. Só tenho trabalhado longas horas todos os dias, mas estou a