— Você tomou remédio para dormir? — Perguntou a enfermeira, franzindo o cenho.
— Sim, tomei duas pílulas antes de dormir. Até agora... — Olhei para o relógio eletrônico na porta da sala de emergência. — Deve fazer umas quatro horas.
A enfermeira balançou a cabeça imediatamente:
— Assim não dá. O exame de sangue vai reprovar.
Dei de ombros, abrindo as mãos num gesto despreocupado, e olhei para eles, que estavam com os olhos arregalados de choque. Disse, devagar:
— Desculpa, mas não é que eu não queira ajudar. É que realmente não posso.
Carlos quase explodiu, sua voz ecoando pelo corredor:
— Kiara, você está nos enganando! Sabia que não podia doar sangue e ficou quieta?
— Isso não é justo. — Fingi inocência, piscando os olhos. — Foi o Davi que me arrastou à força de casa. Eu não sabia de nada.
Passei os olhos por cada um deles, como se estivesse me divertindo com a situação.
— Kiara, você... — Davi me encarou com os dentes cerrados, a frustração evidente em cada palavra. Mas, no fim, ele