Capitulo -2

    Quando você acredita que num dia trágico como esse nada mais de ruim pode acontecer ou piorar a situação... O destino lhe dá uma rasteira. Derruba-te sem dó nem piedade ao chão e lhe diz na tua cara quem é que manda no jogo da vida...

E eis que a vida te apresenta uma cartela que parece infinita das situações complicadas que o destino lhe reservou. A vida te surpreende com notícias ainda mais dolorosas. E faz você perceber que seus problemas são complicados de serem resolvidos. Mas, que outras pessoas têm problemas maiores que o seus. Bem mais complicados e às vezes quase insolúveis...

E nesse momento ela faz que você sinta vergonha dos dilemas. Infantis, diriam os mais velhos, que não passam da consequência de sua irresponsabilidade. E agora, pronta ou não, com problemas resolvidos ou não, a realidade que a vida esta impondo, te obriga a encarar responsabilidades que nunca antes pensou ter.

Precisava de uma fuga para pensar sobra a minha situação? Era fato. De um tempo para re-orquestrar a explanação do meu dilema? Sim, o tempo me fazia necessário nesse instante. Precisava que alguém me resgatasse daquela conversa? Sim, era uma verdade. Mas, não de um pandemonium desses. Minha vida já estava num caos suficiente, doloroso e cruel. Não precisava de mais esse golpe do destino para me machucar tão profundamente assim...

A interrupção do meu irmão pareceu na hora ser a dita salvação que precisava. Mas, não era. A notícia que nos trouxera era ainda mais cruel que a que tinha que dar a Gabriel. Uma dor acompanhada de medo da perca, que a meu ver era muito pior a se lidar.

Meu pai enfartara! Estava em estado gravíssimo no hospital e o risco de morte era muito grande...

O simples fato de ouvir a “enfarto” deixou-me em pânico. Fora a mesma doença que ceifara a vida do pai de Gabriel dez anos atrás. Sabia que aquilo também era uma irresponsabilidade dele, mas não estava disposta a por ele também em julgamento nesse instante.

E o medo da morte eminente da pessoa que você mais ama na vida, mesmo sendo um antiquado tapado pra a evolução do mundo, transformou meu dilema em uma questão banal que poderia ser resolvido mais tarde. Lidar com a presença tão próxima desse anjo obscuro que é a morte, lhe causa um pavor insano. Você nunca está pronto para confrontá-lo cara a cara, questioná-lo o porquê e implorar por uma negociação de mais tempo nesse plano. Por que na verdade, por mais que se diga estar pronto para isso, sabemos que sempre deixaremos algo de muito importante para trás que não fizemos por achar que temos todo tempo do mundo.

__Não se preocupe Nanda, tenho certeza que ele vai se sair bem dessa.___ Gabriel consolou-me em um abraço caloroso.__ Ele é um homem forte, tenha fé!

Deixou que afogasse minhas lágrimas em seu peito. Sufocasse os soluços que ela me provocava e a dor que eles traziam ao meu peito pelo desespero. De momento, nem mais lhe interessava saber o que lhe tinha para dizer. Todo assunto diante disso era supérfluo e poderia ser resolvido mais tarde. Queria só me confortar, retribuir toda a confiança que tinha na recuperação do meu pai. Pois, por experiência própria, sabia que se desse tudo errado, o tamanho da dor avassaladora que sentiria.

Sem perder tempo, fomos para o hospital. Não queria que se fosse a hora dele eu nem pudesse me despedir. O coração querendo fugir pela boca e os olhos nublados de tanto chorar, faziam parte do meu ser destruído pelas armadilhas da vida. Agarrava-me a qualquer fio de esperança apresentado pelos médicos. Não queria que ele partisse sem ao menos conhecer o seu neto. Era um dos seus maiores desejos na vida. Eu estar bem casada, segura financeiramente e com uma família formada. Porém, diante daquela brincadeira do destino, isso parecia tornasse inalcançável a qualquer momento...

Todos estavam lá já nos aguardando. Inclusive Marcos, seu patrão e melhor amigo. Alguém que no passado abrira mão do seu maior amor por medo de se declarar. Na adolescência ele foi perdidamente apaixonado por sua melhor amiga, minha mãe. Há amou em silêncio por longo tempo e quando finalmente juntou coragem para se declarar, descobriu que o jovem casal de amigos mantinha um relacionamento secreto pela pouca idade, e o que era pior, a mulher da sua vida esperava uma filha do seu melhor amigo, meu pai...

Não imagino que estivesse ali naquele momento esperando o óbito do meu pai para reatar essa paixão do passado. Já que com o tempo ele aprendeu a conviver com a perca do seu amor para ele. Acredito que esteja ali dando o suporte necessário, pelo menos sentimental a nossa família. Não o imagino como um urubu rondando a carniça pronto a dar o bote. Embora o ouvisse lhe dizer em segredo uma vez para minha mãe, mais de uma vez, aliás que tinha paciência suficiente para esperá-la, até quem sabe quando o destino lhe provesse uma possível viuvez. Ela lhe ralhou brava com a brincadeira e por um bom tempo ficavam sem se falar.

Com o tempo ele já tinha se conformado com a felicidade dos dois e até cogitara mais de uma vez transferir toda essa paixão por ela para filha do amigo, quase vinte anos mais nova que a mãe, mas que era uma cópia exata dela na adolescência. Os mesmos cabelos negros, os olhos da mesma cor, e um sorriso fácil e agradável sempre elogiado por ele. E às vezes ele até brincava com meu pai dizendo:

“Quando a Nanda crescer, vou me casar com ela!”

Meu pai ria da piada, mas duvido que não prefira o seu melhor amigo, rico e empresário como pretendente da sua doce menina que a um moleque de dezenove sem juízo. Ainda mais se soubesse o que fizemos. Por isso, a resposta a sua pergunta era sempre a mesma:

“Se ela quiser, terá a minha benção!”

Toda a noite eu rezava ao pé da cama para que isso nunca acontecesse. Imaginei-me sendo dada a esse compromisso por troca de um bom dote inúmeras vezes. Ainda mais quando a situação financeira apertava. Jamais o perdoaria se me vendesse a um velho por dinheiro, porém, a duvida sobre isso era meu maior pesadelo...

Para minha surpresa, também fui abandonada na recepção do hospital pelo amor da minha vida nesse momento mais trágico da situação...

__ Como assim você tem que ir?__ Perguntei a Gabriel quase em desespero a hora que me falou que precisava viajar logo após o almoço para acertar os documentos na faculdade.

__ Nanda não seja criança! Tem coisas na vida que não da para adiar!__ Me falou um tanto bravo com minha insistência que ficasse ao meu lado.___ Ele já passou pela fase mais critica, não tem o que possamos fazer nesse momento, e no final da semana já estarei de volta!

___ Ele pode morrer a qualquer momento!___ Gritei quase na sua cara chamando a atenção de todos para nós.

___ Todos podem morrer a qualquer momento, Nanda! Deixa de ser escandalosa!__ Tentou me tirar dali a força para terminar nossa discursão num lugar onde não chamaríamos mais tanta atenção.

O segui contrariada, ouvindo sobre as coisas mais importantes em sua vida que não poderiam esperar a resolução da situação clinica do meu pai. Ele tinha convicção e afirmava sem pestanejar, que ele era um homem forte e se sairia bem sem sua presença por ali. Que assim que pudesse entraria em contato comigo e se manteria informado de toda evolução do caso dele. Deu-me um beijo e um abraço um tanto frio para selar nossa despedida.

Deveria ser ali que tinha que ter segurado seu braço, o feito me encarar e lhe falado na cara que estava esperando um filho seu. Que nem adiantava viajar por que assim que meu pai melhorasse o faria a obrigar ficar comigo e assumir esse compromisso. Porém, não consegui fazer isso. Ele estava-me deixando ali sozinha sem apoio nenhum num hora que eu mais precisava. Isso poderia se repetir na nossa vida depois de casados. E no fundo do meu coração, talvez não fosse ao lado de uma pessoa assim que queria de fato passar o resto da minha vida.

___ Se você for agora... Talvez nem precise voltar...___ Foi uma frase tola que deixei escapar.

___ Que isso, Nanda! Tente ser madura pelo menos uma vez na vida!___ Falou voltando até perto de mim.___ Seu pai vai melhorar, você vai ver... E eu não posso perder uma oportunidade dessas! Você tem que aprender que o mundo não gira ao seu entorno e as pessoas tem que ficar fazendo o que quer o tempo inteiro!

___ E você vai me deixar assim? Aflita, sofrendo? Essa porcaria de faculdade é mais importante que eu?___ Virei o rosto quando tentou me acalmar com mais um beijo.

___ Seu irmão, sua mãe, aquele amigo dela, estão todos ai, você não vai ficar sozinha!__ Colou sua testa na minha respirando fundo já bem impaciente com minha birra.___ Nesse momento, preciso sim, resolver coisas mais importantes do que ficar aqui segurando a sua bela mãozinha...

___ Tudo bem, pode ir...___ Fui seca, já o deixando sozinha no pátio do estacionamento. Vou precisar que segure minha bela mãozinha diversas vezes na vida. O que pelo jeito não está disposto a fazer.

___ Eu te ligo mais tarde!__ Ainda tentou me dizer, porém o ignorei.

Um Pilar que sustentava a minha tão frágil vida parecia que tinha desmoronado. Queria lhe implorar que ficasse ao meu lado. Mas era visto que pelo seu olhar não faria isso. Lembrei-me do bebê e tive de momento a impressão que tomaria a mesma decisão ao seu respeito. Com uma raiva crescente dentro de mim, que me deixou cega a situação, deixei que fosse, desejando de momento não mais vê-lo. Fria e irracional ainda lhe desejei "boa sorte" da porta do hospital. Um sorriso tão falso esculpido diante da dor e as palavras forçadas e frias de “boa viagem”. Admitia pra mim mesmo que queria era que fosse para o inferno com toda aquela insensibilidade ao momento que estava passando. Nem parecia que tinha passado por situação semelhante...

No fim daquela tarde, soubemos que por enquanto meu pai sobreviveria mais, seu estado de saúde era considerado ainda gravíssimo. Minha mãe afita já antecipava o pior a qualquer momento. As lágrimas lhe eram constantes e as rezas tábuas de salvação. Era difícil consolar aquela mulher apaixonada por tantos anos por aquele homem, já que não havia quem nos consolá-se pelo pai enfermo.

Era quase uma certeza que sua vida dependeria de uma intervenção cirúrgica. Nesse momento odiei pensar que só estava nesse estado pelo desleixo a sua saúde. Gostava de uma festa regada a muita cerveja, um bom churrasco com uma cota boa de gordura e uma vida para lá de sedentária. Dizia sempre ter que começar a se exercitar, mais o que fazia bem era adiar a tarefa. Empurrar literalmente com a barriga a obrigação mínima de se cuidar um pouco. Viver de forma mais saudavelmente...

Mas isso era o que menos importava nesse momento. O que de fato nos preocupava, era imensa quantia cobrada pelo hospital por essa cirurgia de emergência. Aquela história que os médicos juram te salvar a qualquer custo em nome da ciência acaba diante daquela papelada cheia de cifras que lhe dão para assinar. Eles a usam sob pressão, utilizando-se do fantasma da morte a nossa frente.

Ver minha mãe chorando pelos cantos por causa disso era como ter um punhal espetado em meu coração. Onde estariam os médicos de verdade que pregam primeiro salvar sua vida acima de qualquer situação financeira? Esse juramento deles deve estar esquecido naquelas páginas ao qual pousaram sua mão e em nome da ciência o fizeram. Pois naquele hospital, a língua falada era o dinheiro.

O dinheiro nessa hora, parece uma ótima forma de auto preservação. Ou você o tem e é curado sem problemas ou vai para uma enorme fila de desprovidos deles e tenta a sorte. O nosso problema no momento é não tê-lo. Não nessa quantia absurda que nos repassaram. E nem possibilidades nenhuma de levantá-la em um empréstimo.

Meu pai trabalha na construtora de Marcos como mestre de obras. Um oficio não tão bem remunerado. Tem um salário modesto que é o suficiente para manter uma casa humilde e dois filhos. Nunca fez mais que o ensino médio e nunca tivemos oportunidade de guardar quantias generosas na poupança. Os minguados trocados que se guardaram não pagam nem o quarto pós-cirúrgico.

Nós os filhos, somos ainda seus dependentes. Tinha começado há trabalhara alguns meses numa padaria como aprendiz. Meu salario e´ ridículo e não paga nem minha despesas mínimas. Meu irmão, recém entrou no segundo grau. De vez em quando faz bico lavando carros e entregando jornais. Mas, o que ganha é só para comprar coisinhas supérfluas de meninos da sua idade.

Minha mãe o ajuda nas despesas da casa com algumas faxinas, mesmo sempre guardando algo pra uma emergência, nossa poupança é relativamente baixa e insignificante a situação. Então, o desespero nos domina. O tik tok do relógio parece acelerar, trazendo mais rápido a partida do meu pai...

Claro que há a possibilidade de esperar pelo plano de saúde do governo. Mas, a pergunta que não quer calar é, haveria tempo para isso?

Por isso nossos dias se tornaram martírio naquela recepção do hospital. Entre escaladas de melhora no quadro clínico do meu pai e pioras em relação à saúde dele. O tempo não colaborava em trazer uma solução plausível ao nosso caso. Minha mãe fazia peregrinação nos hospitais públicos tentando uma vaga para transferi-lo mais a resposta era sempre negativa. A fila nesse onde estávamos, parecia cada vez aumentar mais e as chances de ele ficar pior dos que estavam em sua frente diminuía. Já que para isso acontecer, deveria estar as portas da morte.

O medo de alguém abrir àquela porta que dava acesso a enfermaria e nos presentear com a notícia do falecimento do meu pai, fazia nosso coração quase parar e depois voltar a bater quando víamos que era só um mais um paciente que havia tido alta. Por estar entubado na UTI não podíamos vê-lo mais que pelo vidro. Não conseguíamos lhe pedir perdão pelas nossas travessuras e nem sequer nos despedir direito.

E para piorar, parece que Gabriel levou à sério a frase que lhe disse que não precisaria mais voltar se partisse. Pois não retornou no final de semana como me prometera. Não entrou em contato comigo pelo telefone em nenhum dos quinze dias mais aflitos que passei entre noites mal dormidas e visitas ao hospital. Eu lhe disse aquilo num momento de fúria. Precisava dele ao meu lado. Precisava lhe pedir urgentemente perdão por aquela tolice.

Algumas pessoas me avisaram, que depois que tivesse a sua “recompensa” pelo tempo que me esperou, um grande pé na bunda poderia estar previsto no meu futuro. E o romance que foi esfriando a cada dia depois do ato, parecia estar anunciando essa concretização. E agora esse silêncio...

Eu tentei lhe ligar várias vezes. Mas quem sempre me atendia era Flávia sua irmã, embora ela se prontificasse a lhe entregar todos os meus recados, nunca me passou o telefone que usava no alojamento. Dos meus recados nunca houvera uma resposta...

Eu tinha minhas dúvidas quanto a isso. Até que em um determinado momento... Para aumentar meu pânico e desespero com essa situação mal resolvida... Um mero bilhete me foi entregue pela sua mãe...

“Preciso de um tempo!”

Escrito em letras garrafais e na sua bela caligrafia cursiva. Tempo? O que acontecera com o nosso amor nesses quinze dias? Será que não era tão forte para suportar uma distância de 500 quilômetros? Será que não merecia ao menos uma explicação mais plausível e madura do que essa simples frase mal pensada? Quem estava sendo infantil agora?

Não suportei a raiva contida pelo seu abandono por todos esses dias. Em total desespero e completamente fora de mim... Despejei toda minha mágoa em cima da mãe dele. Insanamente, contei meu segredo para ela.

___ Ele só pode estar brincando comigo! Você tem que dizer para ele voltar! Pois ele tem um filho para assumir! ___ Tapei minha mina boca quando as palavras fugiram sem controle por ela.

Raquel, sua mãe, se apoiou no corrimão da escada e quase desabou escadaria à baixo com a notícia. Estava pálida e tenho certeza que nem de longe esperava ouvir isso de mim. Respirou fundo tentando recuperar o folego que perdeu e mais calma tentou entender a situação...

___ Você já tinha contado isso para ele?__ Neguei com a cabeça. __ Ok, vamos tentar resolver essa situação nós duas... Sua mãe sabe disso?

___ Não, no dia que iria lhe contar meu pai ficara doente. Estava esperando Gabriel voltar para juntos conversarmos com ela...

De imediato Raquel decidiu não preocupar minha mãe com isso nesse momento. Pensaria num jeito de chamar o filho de volta para que assumisse o compromisso da “burrada” que fez comigo. Sim, o fruto da nossa paixão de anos fora intitulado como a burrada das nossas vidas. Ela se ofereceu a ir comigo no médico verificar como estava à saúde do bebê diante de tanto estresse que estava vivendo nos últimos dias. Deu-me um discurso sem procedência de como era perigoso uma gravidez na adolescência diante do caos que havia se instaurado na minha vida.

Há princípio achei estranho à calma e a frieza com que ela tratava o assunto em questão. A gentileza de me levar ao médico e não causar mais preocupações para minha mãe. Concordei que o que estou passando pode muito prejudicar o bebê, e que minha mãe já está com uma sobrecarga enorme sobre seus ombros para carregar mais esse fardo que sou eu nesse momento.

Depois de muita relutância e certo medo do que poderia fazer comigo e com o bebê, me convenci a deixá-la me ajudar. Por mais que minha mãe adorasse receber a notícia que seria avó, não acredito que esse seria o momento ideal. Por mais que a razão berrasse dentro de mim, que quem deveria estar ao meu lado nessa consulta fosse ela, minha mãe, minha protetora de todas as horas.

Meu interior me berrava me dizendo que isso soava a uma armadilha! Mas, a criança que sou aos meus dezessete anos de inexperiência, não sabia de fato reconhecer esse perigo disfarçado de bondade que ela representava. Então, me iludia em acreditar que diante de certas surpresas da vida, as pessoas podem melhora seu caráter.

Quem sabe, ela bancasse pelo menos o aluguel de um apartamento... Eu poderia trabalhar até o ultimo mês de gestação e contribuir nas despesas e ele não precisasse sair da faculdade. Já me vira fantasiando a possível solução para os nossos problemas. Meu pai, quando melhorasse, também poderia ajudar por uns tempos até nos restabelecer novamente no mercado de trabalho.

Sei que é muito difícil um casal jovem como nós começar a vida numa cidade estranha. Longe da família e com uma criança pequena. Mas, também não era improvável de concretizar tal fato.

Era uma situação que infelizmente estava se tornando rotineira. Pais de primeira viagem, tão jovens e inexperientes com relação à vida. E sobrava para os pais ajudar na criação da geração concebida das “burradas” dos filhos. Talvez tenha sido por isso que o governo tenha ampliado tanto as ajudas beneficiais a cabeças ocas como nós, que pensamos primeiro no prazer carnal e esquecemos completamente das reponsabilidades que ele traz para nossa nova vida de adulto imposta pelos erros acometidos.

Ainda tinha a questão do bilhete pedindo um tempo. Uma explicação da qual ela não soube explanar. Decidiu que quando ele voltasse para saber do bebê, ele me explicaria de fato o que houvera ocorrido. Mas, meu cérebro inquieto me questionava a todo o momento:

“Ele teria conhecido outra pessoa assim que chegou por lá?”

Na minha inocência quero acreditar que interpretei mal aquelas palavras. Talvez, durante todo esse tempo que não tivemos contato, ele tenha deduzido o que tinha para lhe contar aquele dia e pediu um tempo para assimilar a notícia. Não fazia sentido, mas, prefiro me iludir com essa possibilidade. Rogo do fundo da alma que essa seja a resposta mais plausível a ser dada para aquela tão fria e curta frase que tanto me machucou. Por que na verdade não sei se sou corajosa o suficiente par encarar essa batalha sozinha de frente...

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