O perdão é um sentimento sofisticado demais para os brutos e divino demais para os humanos. Tank tentou de todas as formas fingir que nada havia mudado.
Continuou cuidando de Dállia com o mesmo carinho, os mesmos rituais e não tocou naquele assunto. Não a levava mais ao trabalho, nem aparecia na hora do almoço, apesar disso, preparava uma marmita com carne e legumes, outra com salada e uma menor com morangos.
Tentava escrever bilhetes bonitos, mesmo que nem a caligrafia, nem a gramática o ajudassem.
As vezes acordava horas antes de Dállia, apenas para conseguir escrever aqueles bilhetes. Precisava rasgar vários até achar que um estava digno de acompanhar o almoço da garota.
Foi a forma que encontrou para lutar por ela, talvez se fosse romântico, se mostrasse o quanto a amava, talvez ela esquecesse o imbecil de coleira de tecido.
Tentou, mas a cada dia as brigas ficavam mais feias, Dállia não respondia e isso o irritava.
Chegava tarde, não dizia o motivo.
Voltava com a marmita i