E foi essa pequena parte que Tank descobriu que o fez ainda mais apaixonado, mais ligado a ela, quase desesperado para oferecer algum conforto. Não o conforto que ele ainda achava que ela tinha buscado ao se entregar para Russo. Esse, ele ainda não podia oferecer, mas queria muito que ela tivesse um abrigo em seus braços. Aliás, ele queria poder roubar Dállia só para ele, porque cada vez que buscava a menina no trabalho e a via dizer tchau ao segurança com aquele sorriso perfeito, Tank sentia o peito queimar e uma vontade terrível de matar aquele homem. Mas naquele sábado, tudo o que sentia era amor. — Ela perguntou de mim? Falou alguma coisa? — Não perguntou nada minha flor e eu não quis falar da gente. Você quer voltar lá? Conversar com ela? Aquilo era um teste, Tank sabia que a velha imunda que tinha a alma mergulhada em depravação já não poderia receber ninguém, nem a casa que servia aos agenciamentos dela estava de pé, mas queria saber se Dállia gostava daquela senhora, sab
Passaram o dia na casa de Buck, e Tank amou ver o jeito como Dállia e Isaac se deram bem. A corrida de corredor ganhou um som mais bonito do que a voz rouca dele, agora, eram as gargalhadas da menina misturadas as do garotinho. Naquele momento, soube que, se tivesse um filho com Dállia, deitaria no chão para que ela passasse por cima. Afastou o pensamento, não podia ser. As pessoas lá fora não eram como Buck e a esposa, não teriam a doçura de Isaac e muito menos o veriam com tanto respeito. Achava que aquele casamento seria o fim do pouco respeito que havia conseguido construir na organização. Ainda assim, era lindo. Depois de um lanche reforçado, o casal foi embora prometendo que Dállia voltaria todos os sábados. A casa de Buck estava ficando movimentada.Já no carro a mão de Tank foi para a coxa de Dállia. Estava chegando no limite. — Estou louco de saudade, minha flor. Ela abriu a perna facilitando o acesso ao que o namorado queria e ele a olhou com um sorriso de canto que se
Passaram o final de semana daquela forma, entre beijos, carícias e muito sexo. Tank também descobriu algo sobre si mesmo, amava ensinar. Bom, talvez não fosse exatamente assim, porque era a primeira vez que se importava em ensinar uma mulher a fazer amor. Normalmente ele não se incomodava se a garota que estivesse embaixo dele estava gostando ou não. Ao menos, todas voltavam, mas nunca se importou. Com Dállia não foi assim. Ele amou quando levou a mão dela em uma área mais íntima e pode guiá-la naquele processo. Estavam se beijando, tinham acabado de fazer amor e Dállia estava deliciosamente enxarcada do prazer de ambos. Passou a mão entre as pernas da menina e levou a mão a própria boca. O gosto era perfeito, passaria o dia inteiro saboreando. Ela sorriu meio tímida. — Por que sempre faz isso? — Porque você tem mel aqui, minha flor. E eu sou um zangão guloso. Dállia ficou corada, e foi quando Tank puxou a mão dela junto com a dele, no começo ela ficou tensa, mas depois ele
Tank não voltou para casa, tirou a camisa social que ele nunca gostou e jogou pela janela do carro. Voltou para o condomínio da máfia, quis levar a irmã para a aula, mas ela já não estava, passou o dia treinando, trocar socos era o único jeito que conhecia para desestressar e nesse dia, pela primeira vez, ele foi notado pelo chefe de treinamento. — O garoto é bom, tem certeza de que ele é da segurança? — O chefe deu ordens de que ele não trabalhasse, está afastado até disso. — Vou falar com o chefe.Dylan comandava os treinamentos da máfia desde que se juntou a eles, o conhecimento que adquiriu quando ainda era do FBI o fez um membro valioso. A única questão era que ele só obedecia a um homem e esse não era o atual capo, aliás nem mesmo o antigo. O caminho que o levou até aquele lugar foi cheio de curvas, obstáculos e preconceito, mas o fato é que Sombra o salvou de si mesmo. Dylan se infiltrou entre eles usando uma garota, mas a pessoa que ele mais feriu foi justamente a que e
Já Tank enquanto preparava o lanche da irmã, pensava em Dállia. Não sabia se ela tinha se alimentado, a menina não tinha dinheiro e ele não havia levado o almoço como havia prometido. Sentiu o peito apertar, preparou o lanche da irmã com o pensamento tão repleto daquela mulher que nem se deu conta de que fez dois sanduíches ao invés de um. — Vai comer sanduíche? Milagres que só acontecem quando apanha. Quem fez esse estrago, vem, deixa eu limpar. Amara normalmente cuidava dos machucados do irmão, não sabia muito bem o que fazer e Tank costumava pará-la antes do fim, deixava que ela passasse água oxigenada e nada além disso. Se sentou no sofá, passou a mão no tecido e pensou que Dállia adoraria ter um sofá fofinho e bonito como aquele. Levantou apressado, pegou um sanduíche e saiu sem se despedir da irmã. — Tank? O que foi? Tank! Ela correu atrás do rapaz, mas ele já estava longe, não entendeu absolutamente nada. Ficou olhando o irmão entrar no carro como se precisasse salvar a
O perdão é um sentimento sofisticado demais para os brutos e divino demais para os humanos. Tank tentou de todas as formas fingir que nada havia mudado. Continuou cuidando de Dállia com o mesmo carinho, os mesmos rituais e não tocou naquele assunto. Não a levava mais ao trabalho, nem aparecia na hora do almoço, apesar disso, preparava uma marmita com carne e legumes, outra com salada e uma menor com morangos. Tentava escrever bilhetes bonitos, mesmo que nem a caligrafia, nem a gramática o ajudassem. As vezes acordava horas antes de Dállia, apenas para conseguir escrever aqueles bilhetes. Precisava rasgar vários até achar que um estava digno de acompanhar o almoço da garota. Foi a forma que encontrou para lutar por ela, talvez se fosse romântico, se mostrasse o quanto a amava, talvez ela esquecesse o imbecil de coleira de tecido. Tentou, mas a cada dia as brigas ficavam mais feias, Dállia não respondia e isso o irritava. Chegava tarde, não dizia o motivo. Voltava com a marmita i
Meses passam voando quando estamos dançando à beira do precipício, qualquer extremo faz a percepção de tempo mudar, alegrias que nos arrebatam, tristezas que nos isolam. E foi isso que aconteceu naquela pequena casa que já não tinha o brilho de felicidade que um dia ostentou. Tank jamais percebeu que estava sem receber os honorários da organização. Dylan fazia os depósitos todos os meses, não podia desobedecer ao chefe, mas podia fazer alguma coisa, e fez, não apenas os depósitos, como passou a se encontrar com o rapaz em campo aberto para treinamentos táticos. — Você é bom, mas tem muita raiva aí dentro. Se não aprender a controlar isso, no final vai ser só um valentão daqueles que são odiados na escola, sabe? — Tá legal, vou dar um jeito. — Quer conversar? — Conversar o quê? — Sei lá, sobre o que te deixa assim. Às vezes te pego olhando para o nada, outras soca essa árvore como se enxergasse outra coisa na sua frente. Nem sei como a coitada ainda não caiu. — Testosterona. Já
Um raio de sol entrava por uma pequena fresta aberta da janela, a casa de madeira era escura e o cheiro estranho, mas o brilho que entrava potente a encantou. Partículas de poeira dançavam na luz enquanto o corpo de Dállia se movia com o impulso do corpo velho sobre o dela.Os sons eram estranhos, bizarros, mas ela se focou na luz, no tímido raio solar e na poeira dançante. Já estava acostumada com a dor, a maioria das vezes nem incomodava mais.Foi virada de bruços sobre a mesa, a toalha branca ficou enrolada sob o seu corpo, os movimentos continuaram, firmes, violentos e acompanhados daqueles ruídos animalescos.E foi exatamente nesse minuto que tudo mudou.Quando Dállia foi virada sobre a mesa ela lamentou que não pudesse mais olhar para a luz e foi na escuridão que seus olhos cruzaram com os de Tank pela primeira vez.Ele estava ali, parado, olhando para ela como se visse um animal ser abatido. Uma mistura de desprezo e pena que a fez fechar os olhos, segurou mais firme na borda d