Dállia dormiu tranquila e acordou com os beijos de Tank em seu rosto. Espreguiçou esticando cada parte do corpo e o rapaz percebeu que também adorava vê-la acordar. Estava perdido! Como uma mulher podia fazer ele ficar daquele jeito apenas se espreguiçando? — Vamos tomar café, minha flor. Que horas precisa estar lá? Dállia continuou com os olhos fechados, por muito tempo dormir e acordar eram momentos de medo e ansiedade. Fechava os olhos achando que Russo a mataria durante o sono e os abria lamentando que não tivesse acontecido. Mas agora, com Tank, dormir era tranquilo e reconfortante e ela acordava feliz e descansada. — Às 7hNa verdade ela deveria chegar as 8h, mas queria chegar mais cedo, precisava se ambientar e entender o que esperavam dela. Tank olhou para o celular, tinham pouco tempo então desistiu dos planos de fazerem amor antes de deixar a namorada no escritório. — Então vai tomar banho e se arrumar. Vou pedir o café e para deixarem o carro pronto para gente sair.
Tank ficou olhando para aquele prédio enorme, a fachada de vidro fumê, os seguranças que mais pareciam estátuas usando ternos pretos impecáveis. Precisou prestar atenção para saber se eles piscavam ou se eram apenas mais um enfeite da fachada. E então a sua flor passou por eles e entrou naquele lugar, sentiu vontade de seguir Dállia, de impedir que alguém a ferisse. Chegou a descer do carro. E se ela tivesse dificuldade com o e-mail? Mas antes de atravessar a rua o pensamento veio devastador. - Nem você sabe seu imbecilParou no meio da rua, a buzina de uma moto o tirou do transe. Mas se alguém gritasse com ela? Dállia nunca reagiria, ela não reagia! Voltou para o carro e ficou ali, depois de duas horas o telefone tocou e ele atendeu ansioso, apressado, achou que fosse a namorada, que ela talvez tivesse desistido, ficou feliz em ainda estar ali, Dállia não precisaria esperar.— Alô— Está chegando? Tenho prova hoje, Tank! — Foquinha! Putz, chego já. Desculpa, Amara. Olhou par
Dállia lavou o rosto, tentou arrumar a postura e saiu do banheiro, não podia ficar ali para sempre e não estava disposta a desistir. Voltou para a mesa que ficava atrás de uma divisória de madeira, só ela ficava ali. Em um escritório totalmente aberto, onde as únicas salas fechadas eram as dos líderes, ela havia ficado isolada. Sobre a mesa encontrou uma caixa de lápis de cor e alguns desenhos para colorir. Estranhou, mas organizou tudo em uma gaveta e se sentou esperando as primeiras ordens do dia. Uma senhora de uns cinquenta anos entrou empurrando um carrinho de limpeza. — Oh minha filha, o que está fazendo aqui? — Eu comecei hoje, é meu primeiro dia. Me chamo Dállia e a senhora? — Edilene, mas todo mundo aqui me chama de Êdi. Acho que está no lugar errado, querida. Aqui é o cantinho que guardamos os lixos e os produtos para não ficar feio.Dállia olhou em volta, o espaço não tinha mais do que um metro quadrado, mas puxou um pouco o banquinho de madeira que tinham dado para q
Um dia difícil, uma mistura estranha de felicidade e angústia. Amou tudo o que aprendeu e achava que se Mirna continuasse ensinando tudo com aquela paciência, em pouco tempo já não precisaria de ajudar, mas havia Julian. Ele estava lá, como uma assombração em meio ao paraíso. Respirou fundo e quando todos foram embora ela continuou fazendo e refazendo cada coisa que havia aprendido, fez anotações, olhou com cuidado o sistema, verificou os e-mail que tinha recebido durante o dia, leu o manual de governança da empresa e deu uma risada amarga quando uma parte em especial chamou sua atenção. A Companhia adota uma política de tolerância zero em relação ao assédio sexual, garantindo que nenhuma mulher, ou qualquer colaborador(a) será submetida a situações de constrangimento, intimidação ou violência de natureza sexual no ambiente de trabalho. O respeito, a dignidade e a equidade são pilares inegociáveis da nossa cultura corporativa.Grifou aquela parte e deixou o material sobre a própria
Poderia ter sido só um banho, e se fosse falar a verdade, Dállia nem queria, preferia apenas trocar de roupas e dormir, mas tinha prometido que sempre teria disposição para estar com Tank. E como se o pensamento pudesse chamar por alguém, ele apareceu na porta do banheiro. — Vem, minha flor. Dállia desceu os olhos pelo corpo do namorado, Tank estava usando apenas uma box branca que marcava a masculinidade dele de uma forma tentadora. Respirou mais fundo antes de o seguir para dentro do banheiro. Tank entrou primeiro, sem tirar a cueca, segurou a mão da menina e a fez se sentar. — Não vai tirar? O rapaz deu um sorrisinho sacana antes de responder. — Hoje nãoEla quase ficou magoada, mas só até Tank se sentar na borda da banheira e puxar um dos pés dela. Ele massageou com cuidado, devagar, de um jeito que Dállia tinha certeza de que só ele poderia fazer. Depois passou para o outro, refez o processo e depois massageou as pernas da menina. E quando Tank terminou, ela se virou na
Dállia ficou encantada com tanto cuidado, não sabia o que era isso. A casa em que morava com Russo era muito maior, mas não se comparava em beleza com aquele pequeno refúgio. — Eu não sabia que alguém podia gostar de mim, assim.— E eu não sabia que podia amar tanto quanto eu te amo. Mas aí você apareceu. Pequena, teimosa e minha. Dállia, você é tudo o que eu quero para vida. Ela riu entre as lágrimas, fungou, tentou limpar o rosto com as mãos, mas Tank passou o polegar no rosto da menina como se quisesse apagar qualquer tristeza que ainda restasse naquele coração. Queria ela para ele, só para ele e encheria aquele rosto com sorrisos. — Vem ver o quarto Ele a puxou pela mão com o jeito de quem mesmo sem saber o que fazer, faz tudo o que pode. E Dállia encontrou um guarda-roupas imenso que cobria duas das paredes do quarto, todo feito em madeira rústica, mas lixado e envernizado com cuidado. Dentro os vestidos que havia ganhado de Tank enquanto ainda se escondiam, além das roupas
E foi essa pequena parte que Tank descobriu que o fez ainda mais apaixonado, mais ligado a ela, quase desesperado para oferecer algum conforto. Não o conforto que ele ainda achava que ela tinha buscado ao se entregar para Russo. Esse, ele ainda não podia oferecer, mas queria muito que ela tivesse um abrigo em seus braços. Aliás, ele queria poder roubar Dállia só para ele, porque cada vez que buscava a menina no trabalho e a via dizer tchau ao segurança com aquele sorriso perfeito, Tank sentia o peito queimar e uma vontade terrível de matar aquele homem. Mas naquele sábado, tudo o que sentia era amor. — Ela perguntou de mim? Falou alguma coisa? — Não perguntou nada minha flor e eu não quis falar da gente. Você quer voltar lá? Conversar com ela? Aquilo era um teste, Tank sabia que a velha imunda que tinha a alma mergulhada em depravação já não poderia receber ninguém, nem a casa que servia aos agenciamentos dela estava de pé, mas queria saber se Dállia gostava daquela senhora, sab
Passaram o dia na casa de Buck, e Tank amou ver o jeito como Dállia e Isaac se deram bem. A corrida de corredor ganhou um som mais bonito do que a voz rouca dele, agora, eram as gargalhadas da menina misturadas as do garotinho. Naquele momento, soube que, se tivesse um filho com Dállia, deitaria no chão para que ela passasse por cima. Afastou o pensamento, não podia ser. As pessoas lá fora não eram como Buck e a esposa, não teriam a doçura de Isaac e muito menos o veriam com tanto respeito. Achava que aquele casamento seria o fim do pouco respeito que havia conseguido construir na organização. Ainda assim, era lindo. Depois de um lanche reforçado, o casal foi embora prometendo que Dállia voltaria todos os sábados. A casa de Buck estava ficando movimentada.Já no carro a mão de Tank foi para a coxa de Dállia. Estava chegando no limite. — Estou louco de saudade, minha flor. Ela abriu a perna facilitando o acesso ao que o namorado queria e ele a olhou com um sorriso de canto que se