O ar ficou suspenso.
Tank ouviu o restante do que o capo falava como o som quase abafado, como se estivesse mergulhando no oceano.
Ficou parado, olhando pro capo, sem conseguir piscar. Os olhos não desciam para os homens na mesa.
Mas sabia que não era mentira, Endi era a porra de um poço sem fundos de defeitos, mas não mentia.
Aquilo não era mentira.
Deu três passos pra trás. Encostou na parede.
Lembrou.
Lembrou do dia em que Dylan contou sobre os vídeos.
— Russo filmava. Vendia. Era ela.
Tank bateu no único homem que havia cuidado dele e Dylan não revidou. Parecia conhecer aquela sensação.
Era a sua flor!
A menina que ele amava mais do que a própria alma.
Ele tinha deixado que ela ficasse com um monstro. Sabia disso, assistia, doía, mas ele não se movia.
Muitas vezes ele tentou entender o porquê não fez nada, era como estar preso em um inferno e não ter força para sair. Podia ter matado Russo, poderia ter reagido, ter fugido... Qualquer coisa.
Cresceu obedecendo, cedendo, apanhando..