Algumas pessoas entram em um buraco tão fundo que se perdem dentro da própria escuridão, fingem que vivem, mas estão apenas sobrevivendo e deixando as dores passarem. E foi fingindo que Dállia tentou sorrir para o namorado, quase como se acreditasse que não tinha o direito de sentir.
— Ela já foi embora, você não parou desde que a gente chegou. Descansa.
Tank balançou a cabeça negando, levou a namorada com ele para a cozinha. Estava com medo de que, se a deixasse sozinha, Dállia simplesmente sumiria outra vez.
— Eu vou terminar a sua comida, vamos cuidar do Tanner e depois a gente vai sentar em algum lugar bem bonito, longe dessa loucura toda, e eu vou te contar cada passo meu desde daquele dia.
— Não precisa
— Preciso! Preciso sim.
Foi a primeira vez que Tank sentiu falta de Lucélia. Ao menos poderia ficar sozinho com Dállia. Continuou cozinhando, mas mandou uma mensagem para o amigo.
— Ah, o terremoto da máfia se lembrou que eu existo, me sinto honrado!
— Cala a boca, noivinha. Você