Pedro se jogou na cadeira do escritório, a frustração e a fúria borbulhando dentro dele. A casa vazia e as últimas palavras de Sofia ecoavam em sua mente, mas nada o incomodava tanto quanto a imagem de Ana partindo. Ele massageou as têmporas, a dor de cabeça latejando.
A porta se abriu de repente e sua mãe entrou, os olhos em brasa. Antes que Pedro pudesse reagir, ela o atingiu com um tapa forte no rosto. O som estalou no silêncio do escritório.
_ Como você pôde, Pedro?, ela esbravejou, a voz embargada pela raiva.
_ Como você pôde deixar a Ana ir embora? Inacreditável! Eu não consigo acreditar que meu filho é tão cego!
Pedro a encarou, supreso, a bochecha ardendo.
_ Mãe, como você soube? Você conseguiu falar com a Ana?
_ O que você acha? Como pode ser tão estúpido?!
_ Mãe, eu...
_ Não me venha com desculpas!, ela o interrompeu, apontando o dedo para ele.
Você tinha a mulher perfeita ao seu lado! Inteligente, linda, dedicada... e você a perdeu! Tudo por causa daquela... da Sofia!
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