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Uma amizade que dura para sempre

Pedro estava atônito, Ana saiu sem olhar para trás. Ele não imaginava que as coisas acabariam assim, ela sempre foi dócil e generosa, desde que se conheceram buscava agradá-lo, nunca discutiu, nem contrariou as suas vontades.

Ele se lembrou de que Sofia ainda está ali e precisava ser o anfitrião, mesmo sem muita vontade de jantar, não podia ser grosseiro com ela. Ele ajusta a gravata, um sorriso forçado nos lábios. A mesa de jantar está posta impecavelmente, sua esposa era uma excelente dona de casa, sempre preocupada em fazer o melhor para ele. Talvez ela esteja certa, foi insensível trazer a Sofia sem nem mesmo avisar antes.

A voz de Sofia, sua amiga, ecoa pelo ambiente, preenchendo o silêncio tenso.

_ Por que não comemos um pouco, Ana se dedicou tanto para fazer esse jantar, ela vai ficar chateada se desperdiçarmos.

_ Humm.

Apesar da resposta, Pedro começa a comer novamente, o que traz um pouco de ânimo a Sofia. Olhando para os traços de Pedro ele se lembra de quando ainda eram namorados, ele sempre fez as suas vontades, sempre fazendo de tudo para que ela sorrisse para ele, depois de tantos anos, ela ainda sentia o coração acelerado ao pensar nele. A escolha de ir à Dinamarca não foi uma boa ideia, se ela soubesse que ele seria impedido de segui-la, não teria ido, isso deu a oportunidade para Ana entrar e estragar os seus planos. Mas agora ela estava aqui, Ana não iria atrapalhar, nada mudou.

Com um sorriso inocente nos lábios, ela pediu que Pedro lhe servisse um pouco de vinho, assim poderia avançar e colocar a culpa na bebida.

_ Ah! Olha você ainda gosta desse vinho! Lembra que costumávamos tomar sempre juntos? Você pode me servir um pouco?

Sofia diz, os olhos brilhando com entusiasmo.

Pedro balança a cabeça, um "Uhum" abafado saindo de sua garganta.

Mas antes que sirva ele para.

_ Você não pode beber! Não está tomando remédios controlados? Isso é muito irresponsável, não pode se misturar! Termine seu jantar, depois vou levar até seu quarto.

Seus olhos estão fixos no celular à sua frente desde que Ana saiu. A imagem dela saindo, sem uma palavra, sem um adeus, martela em sua mente.

Sofia serve-se de mais risoto alheia à tempestade que se forma dentro de Pedro, que pigarreia, tentando se recompor. Pega os talheres e começa a cortar a carne no prato, mas seu apetite desapareceu junto com Ana. Ele levanta o copo, quase como um brinde solitário, um pedido mudo de desculpas que só ele pode ouvir. O silêncio tenso misturando-se à frustração de não saber o que dizer, não deixavam ele perceber a frustração de Sofia crescendo.

Sofia o tira de seus pensamentos e tenta mais uma vez chamar a sua atenção, com uma voz doce e ensaiada.

_Como foi a semana? Muitas novidades no trabalho?

Pedro força um sorriso que não chega aos olhos. _Ah, normal, Sofia. A rotina de sempre, você sabe. A voz dele é embargada, a cada palavra dita, um esforço colossal. Ele tenta dar uma garfada na comida, mas engolir parece impossível. A visão de Ana se afastando, os ombros curvados. Ele sabe que a discussão foi boba, mas o silêncio dela agora é um peso esmagador. Onde ela estava? Será que foi só dar uma volta para se acalmar ou quem sabe foi a casa da Jéssica, elas são muito amigas. Sim, elas estão juntas. quando o jantar terminar vou ligar para ela se não atender ligo para a Jéssica.

Sofia percebe o desconforto de Pedro, um leve vinco na testa. Droga! por que sua atenção não está aqui? Foi perfeito ela ir embora, mas agora ele não me vê.

_ Está tudo bem, Pedro? Você parece um pouco... distante. Eu sei que Ana o ama muito, não fique preocupado, logo ela votará e vai ficar tudo bem.

Pedro sacode a cabeça, forçando uma risada seca.

_ Não, não é isso! Impressão sua. Estou um pouco cansado, só isso, não estou preocupado com ela.

Ele se inclina para pegar a garrafa de vinho, o movimento abrupto quase derrubando o copo. A mão treme levemente.

_ Aproveite a comida, Sofia. O molho do risoto ficou excelente, não acha?

Pedro tenta mudar o rumo da conversa, desesperado para desviar o foco de si mesmo e da ausência que paira no ar. Mas o sabor do molho, antes tão familiar, agora parece amargo. E o vazio da cadeira à sua frente é um lembrete constante do que se perdeu, pelo menos por enquanto. Sim, depois do jantar ele vai resolver tudo.

Após o jantar, Pedro retirou a louça e encaminha Sofia escada acima para o quarto de hóspedes. Ela observa o quanto a casa é aconchegante, com um bom espaço e móveis confortáveis, era possível ver a evolução financeira de Pedro. Ele deixou de ser um mero funcionário para abrir o próprio negócio, sua construtora era uma empresa de médio porte, o que garante uma renda suficiente para uma vida confortável.

Pedro com uma expressão ligeiramente tensa mostra o quarto no final do corredor oposto ao quarto principal. Sofia sem esconder o sorriso entra logo atrás, com uma bagagem de mão, respirando fundo, como se estivesse em casa.

Pedro força um sorriso, ela dá um tapinha no ombro dele, que se afasta discretamente.

_ Bom, o quarto de hóspedes está com as roupas de cama limpas, Ana mantém assim sempre.

Sofia se vira para ele, com um sorriso quase infantil, mas com um brilho nos olhos que o incomoda, mas ele prefere ignorar.

Ela dá um passo em direção a Pedro, que instintivamente recua um pouco, ela se aproxima novamente, agora com um ar mais sério, mas ainda com um olhar intenso.

_ Pedro...você sabe que eu sempre tive um carinho especial por você, né? Me arrependo de ter escolhido o intercâmbio daquela vez.

As palavras dela o pegam de surpresa e ele não sabe como reagir, por um momento era tudo o que ele queria ouvir. Ela estende a mão e toca o braço dele, demorando-se ali.

_ A gente é amigo de infância. Uma amizade daquelas que duram para sempre.

Sofia insiste olhando nos olhos de Pedro com uma súplica no olhar e sorriso inocente nos lábios. Uma imagem tentadora de inocência e pureza que ela criou cuidadosamente para se aproximar dele.

Seu rosto está a poucos centímetros do dele. Pedro sente o calor do hálito dela. Ele tenta pensar em algo para dizer, mas as palavras parecem presas em sua garganta. Ele finalmente consegue se soltar, dando um passo para trás e apontando para o banheiro.

_ Deixa eu te mostrar onde ficam as toalhas, assim pode tomar um banho e descansar.

Sofia o observa por um instante, o sorriso diminuindo um pouco, mas a intensidade em seu olhar permanece.

_ Claro, Pedro! Obrigada por me receber,sou muito grata.

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