CAPÍTULO 08

Ethan

— Seu carro está estacionado na vaga do seu prédio Sophia, as chaves estão comigo. — Pedi que um dos seguranças levasse até lá ontem. — Respondo quando ela insiste em querer seu caro.

— Isso facilita ainda mais.

— Facilita o que Sophia? — Pergunto confuso.

— Eu vou com o meu carro para empresa Ethan, não quero que fique chateado, mas não é bom que as pessoas nos vejam andando juntos. Eu já te expliquei como me sinto em relação a isso.

— Você tem vergonha de ser vista comigo? — Praticamente cuspo as palavras incrédulo.

— Não é isso! Ethan nós conversamos e você aceitou. Não se esqueça que eu continuo sendo apenas uma estagiária e você é o chefe! — Eu disse que seriamos discretos e não que faríamos tudo às escondidas.

— Isso mesmo, eu sou o chefe e não devo satisfação da minha vida para ninguém porra! Isso é inacreditável! — Não consigo acreditar no que estou ouvindo.

— Exato! Você é o chefe, MAIS EU NÃO SOU! — Ela grita e só consigo sentir raiva nesse momento.

— NÃO GRITA COMIGO PORRA! — Acabo gritando e Sophia me olha assustada. Merda. — Me desculpa Sophia, eu não queria ter gritado com você. É que isso me deixa louco.

— Eu sinto muito por ter me exaltado senhor Chang. Se não se importa, eu gostaria de ir para a minha casa agora. — Suas palavras fazem o meu sangue gelar nas veias.

— Sophia, por favor...

— Eu só quero ir pra casa. — Diz sem nem ao menos olhar para mim.

— Eu sinto muito Sophia... Fica, por favor. — Sei que estou parecendo um desesperado e não me importo, ela simplesmente não pode me deixar.

— Já abusei muito da sua boa vontade senhor Chang, agradeço a sua hospitalidade, mas eu preciso ir.

— Sophia, não faz isso... — Suplico vendo-a se afastar.

— Eu já chamei um táxi senhor. Mais uma vez, obrigada por tudo. — Ela nem ao menos se despediu, pegou suas coisas e saiu sem olhar para trás.

Vejo as portas do elevador se fecharem e só consigo me sentir um imbecil retardado que estragou tudo. Isso não vai ficar assim, se ela pensa que vou desistir, está muito enganada. Ethan Chang não desiste. Pesco meu celular do bolso e envio uma mensagem para a esquentadinha.

Isso não foi um adeus senhorita Taylor. Fui bem claro ao dizer, que não deixaria você partir e não costumo quebrar minhas promessas.

Em seguida escrevo mais uma.

Te vejo amanhã princesa.

[...]

Acordo no dia seguinte decidido a trazer Sophia de volta, ou não me chamo Ethan Chang. Tomo meu banho calmamente, escolho uma calça esporte fino azul marinho, camisa branca e um casaco. Passo um pouco de perfume e penteio meu cabelo. Me sinto confiante e pronto para conquistar o mundo, na verdade apenas uma pessoa. Pego as chaves do carro e vou para empresa. Como Sophia resolveu voltar hoje, vamos visitar a galeria e conversar com a dona sobre o que ela espera desse projeto. Assim que chego, sigo direto para minha sala. Ao abrir a porta, dou de cara com uma visita totalmente indesejada e intrometida.

— Ethan! Bom dia, cara. — Me cumprimenta com um sorriso completamente desnecessário.

— Perdeu o rumo da sua sala Benjamin? — Já pergunto logo sem rodeios. Não consigo entender esse bom humor irritante que Andrew e Benjamin tem.

— Eu adoro esse seu bom humor de quem caiu da cama.

— Não me lembro de ter pedido sua opinião. — Digo irônico enquanto me sento em uma das poltronas, já que a boneca está na minha cadeira.

— Eu adoraria passar o dia todo te alfinetando, mas tenho coisas melhores para fazer. Eu só vim saber como a Sof. está. — Não sei por que, mas não gosto nem um pouco de saber que ele está preocupado com ela e que já tem tanta intimidade para chamá-la de Sof.

— Ótima. — Respondo seco.

— Eu tentei ligar para ela ontem, mas só dava caixa postal. E como assim ela está ótima? Ethan, ela perdeu a mãe! — Consigo enxergar sua sinceridade e me sinto um idiota.

— Ela estava comigo, bom na maior parte do tempo. Por mais que ela diga que está bem, eu sei que a qualquer momento tudo isso pode ser demais pra ela. — Confesso.

— Sei o que ela está sentindo, perder os pais não é algo fácil.

Benjamin e Eva, perderam os pais em um acidente de carro há alguns anos, estávamos na faculdade quando tudo aconteceu. Assim como Sophia, eles também não tinham mais ninguém. Na época os dois vieram morar comigo e meus pais, que os consideram tão filhos quanto eu. Eva ainda era uma garotinha e sofreu muito com a mudança trágica em sua vida, mas aos poucos ela foi se abrindo conosco e superando. Quando digo que considero meus amigos como irmãos, fui sincero. Andrew também passava a maior parte do tempo na minha casa. Mamãe sempre diz que os três são filhos emprestados, mas não deixam de ser filhos.

— Espera, ela estava com você? — Pergunta depois de alguns minutos.

— Sim.

— E?

— E eu acho que você tem mais o que fazer, do que ficar aqui empatando o meu serviço. Da o fora daqui Benjamin! — Tento me esquivar das suas perguntas, antes que elas nos levem para locais restritos.

— Ei, calma! Já estou de saída. — Levanta as duas mãos em sinal de rendição.

— Acho bom.

— Eu tenho mais uma pergunta, duas para ser sincero. — Diz próximo da porta.

— Eu não tenho o dia todo Patel.

— Você está indo para galeria hoje?

— Sim

— Tenho alguns documentos que você precisa levar para a dona. Passa na minha sala antes de ir. — Dou um leve aceno com a cabeça.

— Próxima pergunta.

— Na verdade é mais um pedido. Diz para mim que você não vai transar com a Sophia. Não a conheço muito bem, mas se aproveitar dela nessa situação não é certo. — Quase engasgo com a minha própria saliva. Nunca me aproveitaria dela, foi ela quem se aproveitou de mim! Ou quase isso.

— Eu... é... — Começo a gaguejar.

— Ethan... — A advertência está implícita nessa única palavra. — Diz para mim que não vai transar com ela!

— Eu... — Sou salvo pelo gongo, quando o celular dele começa a tocar.

— Preciso atender. Essa conversa ainda não acabou Chang. — Aponta o dedo em minha direção e se retira da sala.

Dou a volta na mesa e me sento na minha cadeira, ligo meu computar e leio alguns e-mails importantes. Assino alguns documentos e a ansiedade começa a me corroer. Sophia não apareceu, não ligou e nem sei se realmente veio trabalhar hoje. Resolvo dar início ao meu plano, mando uma mensagem chamando Enrico um dos seguranças do prédio, o mesmo que levou o carro da Sophia no outro dia. Em poucos minutos ele aparece na minha sala.

— Me chamou senhor? — Pergunta colocando a cabeça para dentro da sala.

— Sim, entre. Preciso que faça algo para mim. — Ele assente e eu continuo. — Quero que vá até uma floricultura... — Explico tudo e vejo o esboço de um sorriso surgir em seu rosto.

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