Quarta-feira, 11h43.
Assunto: Coquetel de Boas-Vindas – UpperConstruction
Evento de integração.
Formato informal.
Traje sugerido: “elegante com liberdade criativa”.
Li o e-mail inteiro duas vezes.
Poucos convidados. Alguns nomes familiares. E o meu, destacado logo no início.
Não era comum.
Mas nada sobre meu trabalho aqui estava sendo.
Fechei o notebook, respirei fundo.
Seria apenas mais uma noite para observar. Me posicionar. Analisar.
Mas não significava que eu precisava ser previsível.
19h27.
O zíper subiu com firmeza.
O vestido preto marcava minha silhueta com discrição e precisão. Sem brilhos. Sem rendas. Estrutura pura. Reta. Como eu.
Os cabelos, soltos. O perfume, neutro.
E o batom…
vinho escuro.
Uma escolha silenciosa.
Não fazia parte do meu padrão habitual, e talvez por isso fosse perfeita. Uma cor que não pedia atenção — tomava.
Me olhei no espelho e ajeitei os ombros.
Tudo no lugar.
20h03.
A cobertura da UpperConstruction era ampla, moderna, com grandes janelas de vidro e i