— Carolina, você pode vir à biblioteca? Preciso conversar com você. — Benedita perguntou, do outro lado da linha.
— Que tal outro dia? Estou um pouco cansada hoje. — Recusei de imediato. Não estava com cabeça para nada.
Benedita ficou em silêncio. Percebi que algo estava errado e não tive outra escolha senão perguntar:
— É algo importante?
— Sim, é muito importante. — Ela hesitou por um instante. — Carolina, se for mais fácil, eu posso ir até você.
Ela claramente estava decidida a me ver. Talvez já soubesse sobre o que aconteceu entre mim e George e quisesse me aconselhar.
— Benê...
— Carolina, me manda o endereço. Eu pego um táxi e vou pra aí. — Enquanto falava, dava para ouvir o barulho de livros sendo guardados do outro lado da linha.
Olhei pela janela. A chuva estava intensa, daquelas de encharcar qualquer um. Ela provavelmente teria dificuldade para conseguir um táxi e, mesmo que conseguisse, ainda correria o risco de se molhar. Benedita tinha feito um transplante