Os olhos de Benedita ficaram vermelhos de repente. Essa timidez constrangida dela era completamente diferente do meu jeito maduro de lidar com o amor.
Com Sebastião ou George, meus sentimentos sempre foram diretos, tanto no amor quanto no ressentimento. Não havia espaço para essas idas e vindas, para esse jogo de “querer, mas não querer” que Benedita parecia estar vivendo.
Olhando para seu semblante magoado, decidi perguntar, testando o terreno:
— Ele disse algo que te machucou?
Ela balançou a cabeça devagar.
— Ele não me rejeitou, mas, depois que eu me confessei, ele nunca mais apareceu aqui.
Isso também era uma forma de rejeição. Ficava claro que o coração de Vinicius ainda pertencia a Ivone.
— Faz quantos dias? — Perguntei, enquanto meus dedos batiam levemente na mesa.
— Três dias. — Benedita respondeu, e seus olhos começaram a se encher de lágrimas. — Eu me arrependi, Carolina. Me arrependi de ter me declarado.
Franzi a testa.
— Por quê? Você não tem certeza do que sente?
— Não é i