Sebastião, talvez percebendo que eu ainda estava irritada, não disse mais nada durante o caminho.
Quando finalmente vi Pedro, senti meu coração apertar. Ele estava vestindo um uniforme de detento, e seu cabelo, sempre impecável, havia sido raspado quase por completo, deixando-o praticamente careca. Era uma imagem que eu nunca imaginei ver.
Naquele instante, as lágrimas quase escaparam dos meus olhos.
Pedro, que havia conquistado seu espaço com muito esforço e talento, sendo reconhecido até no círculo de Sebastião, agora estava à beira de ver sua carreira e sua vida destruídas por completo.
— Pedro... — Chamei seu nome suavemente.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntou ele, com um sorriso no rosto.
Era sempre assim. Pedro estava sempre sorrindo para mim, como se o mundo dele fosse sempre iluminado por um sol constante, mesmo em meio à tempestade.
Fiquei sem palavras por alguns segundos. Ele percebeu e, ainda sorrindo, brincou:
— Está achando que eu fiquei tão feio assim que nem que