Tão acessível desse jeito, ele realmente não parecia meu chefe, mas sim um amigo.
Dei um sorriso de volta, meus olhos fixos em Edgar, mas perguntei a George:
— Você e ele parecem ter muito assunto. É a primeira vez que vejo alguém, depois de uma entrevista, sair para jantar com o chefe.
Falei isso porque Pedro havia investigado e descoberto que a pessoa por trás de Edgar tinha o sobrenome Junqueira. Minha desconfiança começou a crescer novamente.
— O Presidente Lopes me convidou para jantar para me conhecer melhor. Afinal de contas... — George fez uma pausa. — Um salário anual de três milhões não é pouca coisa.
Fiquei chocada. Três milhões por ano?
Jamais imaginei que George fosse tão valioso assim.
— O quê? Acha que eu não valho tudo isso? — Ele foi direto.
Puxei de leve o canto da boca.
— Não é isso. — Depois perguntei. — Então, quanto você ganhava na empresa anterior?
— Trinta mil por mês. — A resposta de George quase me fez engasgar. Edgar havia multiplicado seu salário por dez.
—