O celular que não parava de tocar, subitamente, silenciou.
Naquele instante, o único som que preenchia o ar era o crepitar do fogo no fogão e o ritmo acelerado das batidas dos nossos corações.
Tão próximos, nossas respirações se entrelaçavam. Eu podia ver claramente o brilho intenso nos olhos de George, como pequenas chamas dançando em um incêndio contido.
Uma sensação forte me invadiu. Aquilo era o prelúdio de algo inevitável.
De repente, ouviu-se um som seco: toc, toc. Logo após, a voz de Fernanda ecoou do andar de baixo:
— George, a água aqui em casa está correndo muito devagar. Você pode vir dar uma olhada?
O corpo de George, que estava colado ao meu, se afastou de repente. Aproveitei o momento para escapar também, caminhando rapidamente até o sofá, onde me joguei sem pensar duas vezes.
Instantes depois, George saiu da cozinha e foi abrir a porta.
— Dona Fernanda, vou com a senhora dar uma olhada.
— Ótimo, ótimo. — Respondeu Fernanda, enquanto lançava um olhar para dentro do aparta