RUBY PORTMAN
O sol escaldante do início da tarde aquecia cada centímetro do jardim da casa de Milena e Edward, e mesmo com o céu límpido acima das nossas cabeças, uma brisa suave trazia certo frescor que tornava tudo mais suportável. A piscina brilhava com tons turquesa, refletindo o movimento lento das folhas das palmeiras que contornavam os muros altos da propriedade.
Vivendo em apartamento, obviamente não poderia dispensar um bom mergulho, e agora estava dentro d'água, com o corpo imerso até a cintura, os cotovelos apoiados na borda, os braços cruzados e a cabeça repousando sobre um deles. Observava tudo em silêncio, absorta.
A casa deles era simplesmente maravilhosa. Tinha aquele charme das residências brasileiras de arquitetura contemporânea, com linhas retas, madeira de demolição, concreto aparente e vidros amplos que deixavam a luz circular sem restrição. Os ambientes se conectavam sem rigidez, criando uma fluidez leve e sofisticada. Milena sempre teve um olhar afiado para pro