Esther mordeu levemente o lábio, mas mesmo assim, deu alguns passos na direção de Bernardo.
— O veneno de Marcelo... Você é filho do Faraó, tem influência. Será que você não poderia...
— Eu não tenho influência nenhuma. Não consigo o antídoto. — Bernardo a interrompeu antes mesmo que terminasse a frase.
Seu tom era frio e o olhar indiferente parecia feito de gelo. Esther percebeu que Bernardo queria forçá-la a procurar o Faraó pessoalmente.
Mas só a ideia disso fazia seu coração pesar. O Faraó era cruel, sem escrúpulos. Se envolver com ele? Se Marcelo descobrisse, eles se tornariam inimigos automaticamente.
Respirando fundo, Esther desabafou:
— Nem eu nem Marcelo fizemos nada de errado. Por que é tão difícil? Por que as coisas precisam ser tão injustas?
Para ela, o passado já tinha ficado para trás. Todos precisavam seguir em frente, mas parecia que Bernardo e o Faraó insistiam em mantê-la presa a algo que não existia mais.
Bernardo analisou ela por um instante. Havia algo na urgência