A cena de Nico derrubando o bolo de queijo das mãos de Esther foi discretamente observada por Bernardo à distância. Ele viu tudo, mas sua expressão permaneceu serena, como se aquele episódio não tivesse importância. Calmamente, ele segurava o carregador nas mãos, mas não se apressou em se aproximar.
Naquele instante, o celular em seu bolso vibrou. Ao ver o nome no visor, o olhar de Bernardo endureceu ligeiramente. Atendeu com um tom frio:
— Alô.
Do outro lado da linha, uma voz feminina soou com doçura:
— Bernardo, quando você volta?
— Por enquanto, não vou voltar. — Respondeu Bernardo, em um tom tão indiferente que parecia vir de outra pessoa, contrastando completamente com a figura amável que havia conversado com as crianças e Esther.
Houve um silêncio curto antes que a mulher, com um leve traço de esperança na voz, dissesse:
— Então, quando decidir voltar, me avisa, ou manda alguém me avisar...
— Certo. Tenho coisas para fazer. Tchau.
Sem paciência, Bernardo encerrou a chamada abrupt