Geraldo abaixou os olhos e, com a voz baixa, disse apenas:
— Eu nunca vou te machucar.
Esther se levantou e deu alguns passos para trás, aumentando a distância entre eles. Ela olhou para ele de longe e respondeu com firmeza:
— Eu não sei se devo confiar em você, mas tenho certeza de que você não é tão limpo quanto parece. Espero que a gente mantenha o mínimo de contato possível.
Ela não podia se permitir ficar muito próxima dele. A coisa mais importante agora era proteger a si mesma.
Geraldo deu um sorriso amargo, seus olhos fixos no chão por alguns segundos. Em seguida, pegou uma cesta de morangos que estava sobre a mesa e estendeu para ela.
— São os morangos que você gosta. Colhi hoje de manhã. Pode ficar com eles.
Esther olhou para a cesta, mas não estendeu a mão para pegá-la. Sua voz saiu distante, quase fria:
— Agradeço a gentileza, mas não vou aceitar. Não preciso.
Assim que terminou de falar, se virou rapidamente e saiu, caminhando com passos apressados.
Suas mãos estavam suadas