— Obrigada. — Esther murmurou, deixando de lado qualquer outro pensamento. No fim das contas, Marcelo a havia ajudado, e isso era um fato incontestável.
Marcelo, no entanto, estava longe de se acalmar. A bebida não havia aplacado sua raiva, e as palavras provocativas do homem que ele havia acabado de confrontar só serviram como combustível para seu fogo. Agora, ouvir Esther agradecendo a ele? Aquilo soou quase como um insulto.
Com um movimento frio e calculado, seus lábios se curvaram num sorriso gélido.
— Entre nós, não há necessidade de agradecer. Não é assim que se paga uma dívida.
Esther sentiu um aperto na garganta. As palavras de Marcelo eram um lembrete claro: ele estava apenas saldando uma dívida com ela.
“Ótimo. Assim, ninguém deve nada a ninguém.”, pensou Esther.
Ela mordeu os lábios, e após um breve silêncio, finalmente perguntou:
— Vamos para casa agora?
— Espere um pouco. — Marcelo respondeu sem muita emoção.
— Certo. — Esther acatou, sem questionar.
Marcelo colocou o gelo