No elegante saguão do escritório Whitmore & Hunt LLP, o som dos saltos de Melanie Cristy ecoava com autoridade. Ela sempre fez questão de ser ouvida antes de ser vista. Aos 32 anos, era conhecida por sua inteligência cortante, ambição desmedida e pela forma calculada com que percorria os corredores do poder. Cada gesto, cada escolha de roupa, cada sorriso moldado — nada era acidental.
E naquele início de tarde, o destino — ou a coincidência que ela não acreditava existir — a colocou frente a frente com Adrian Leal, saindo de uma reunião tensa e frustrante na D’Abruzzi Corporation.
— Ora, ora... quem diria — disse Melanie, com um sorriso enviesado, enquanto se aproximava dele na recepção. — Você de volta das catacumbas?
Adrian forçou um sorriso sem humor.
— Precisei acompanhar um contrato específico com a D’Abruzzi... coisinhas da nova organização. Uma das cláusulas envolvia Alicia, então resolveram me chamar.
O nome fez os olhos de Melanie faiscarem.
— Alicia? — repetiu, a voz carrega