𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞.
Na manhã seguinte após o término das aulas Letícia e Matheus partiram para a casa da jovem professora, e assim como o combinado o menino parecia bastante maravilhado com tudo à sua volta, ainda mais quando entrou na casa da professora. — Tia a sua casa é bem bonita — Matheus falou impressionado. Letícia deu um sorriso com o comentário do garotinho. — Obrigada meu amor, venha vamos até a cozinha, você está com fome? O pequeno balançou a cabeça negando, mas Letícia decidiu que iria preparar alguns biscoitos para os dois, Matheus se sentou na mesa, enquanto Letícia preparava os biscoitos, era uma receita da sua mãe, e ela pode ver que o menino estava pensativo. — A minha mãe não sabia cozinhar. — Ele falou naturalmente, era como se ele falasse sobre o clima do lado de fora. E Letícia sentiu o seu coração se apertar ao ouvir ele falando da mãe, e por que ele dizia aquilo naturalmente e com a voz bem triste e era de partir o coração de qualquer um. — Ontem eu escutei o meu pai discutindo com a minha avó, e eles estavam falando sobre a minha mãe. — Ele falou. — Querido,você sabe que não deveria ouvir atrás da porta. — Letícia repreendeu ele delicadamente. — Tia, eu estava indo até o escritório do meu pai para mostrar pra ele o meu desenho, foi quando eu ouvi meu pai falando que minha mãe tinha ido embora com o meu tio. Letícia arregalou os olhos ao ouvir ele falar aquilo,e Deus que tipo de família era aquela? Será que as pessoas não têm escrúpulos? — O meu pai está procurando pelos dois, o meu pai está preocupado comigo. — Sim querido, o seu pai te ama. — Eu sinto falta da minha mãe. Letícia colocou os biscoitos no forno,e abraçou o garotinho. — Meu bem, não fique pensando nisso tudo bem? Bom vamos pegar nossas coisas e começar a estudar enquanto os biscoitos assam. Os dois pegam os livros e colocam sobre a mesa da cozinha, e então começam os estudos, eles fizeram várias tarefas e com isso o tempo foi passando rápido, Letícia insistiu para que o garotinho comesse alguns biscoitos mas ele não quis. Por perto das seis horas ela escutou uma buzina do lado de fora da sua casa, ela avisou que era hora do garotinho ir para casa, Letícia e Matheus juntaram os livros e cadernos, e quando já estavam perto da porta o menino se virou para ela e disse. — Tia — Letícia olhou para o garotinho e o mesmo parecia bem pálido e os lábios estavam sem cor. — O que houve? — Letícia falou em um tom preocupado. E antes que o garotinho pudesse responder ele simplesmente desmaiou, Letícia gritou e tentou acordar ele, mas não houve nenhuma reação da parte dele. Ela não soube dizer quanto tempo ela ficou tentando reanimá-lo. Até que escutou a campainha tocar e se lembrou que Augusto estava esperando o menino. A mesma foi até a porta e quando ela viu o homem não esperou que ele falasse ela simplesmente gritou. — O Matheus, ele desmaiou. — falou em pânico. Augusto entrou correndo na casa da jovem professora e pegou o pequeno corpo nos braços, Letícia pegou a mochila dele e seguiu os dois até o carro, a mesma entrou no banco de trás e o pai acomodou a criança no colo dela, Letícia abraçou o menino e sentiu que ele estava recobrando os sentidos. — Matheus, querido, fala comigo. — pedia desesperada e nem sentia que já estava chorando, embora as lágrimas saíssem de seus olhos. — Tia — Ele falou baixinho. — Querido, você vai ficar bem. — Ela prometeu, enquanto abraçava ele e rezava para Deus pedindo saúde para o pequeno. Ela não sabia qual a razão para amar tanto aquela criança, mas ela tinha se apegado muito a ele naqueles últimos dias, e talvez ele visse a mesma coisa, afinal ele já não tinha mãe, e com o pai ausente, por trabalhar demais. Ao chegarem no hospital Augusto rapidamente pegou o filho nos braços e o levou até a emergência, enquanto gritava que precisava de um médico, Matheus já estava acordado e olhava para os dois sem entender o quão grave era a situação. — Calma, Matheus, nós estamos no hospital, tudo irá ficar bem. — Letícia falou para o menino que estava assustado. Logo o garotinho foi levado, e tanto Augusto quanto Letícia ficaram aguardando na recepção por notícias. Letícia não sabia o que falar, por isso explicou ao homem o que havia acontecido. — Eu fiz biscoitos para nós comermos,mas ele não quis comer, eu também percebi que o Matheus não come muito. — falou olhando para Augusto. O homem a olhou sério e ela percebeu que ele estava sofrendo. — Ele parece bem pálido, você não acha? — Letícia perguntou totalmente aflita. E antes que o homem pudesse responder o médico saiu para falar com eles. — Bom o Matheus, está com uma anemia bem severa. — O médico informou calmo. — Meu deus. — Letícia falou já sentindo as lágrimas descerem por seu rosto,era somente uma anemia e por mais que fosse severa era um problema bem menos grave que outras doenças. — Com bastante cuidado, alimentação correta e os remédios ele ficará bem.— o médico falou acalmando os dois. — É necessário alguns cuidados extras, como evitar contato com outras pessoas que não seja da família, uma vez que a imunidade dele está baixa, é recomendado que ele fique em casa de repouso. O médico deu mais algumas recomendações e falou sobre alguns alimentos que ajudam a criança a melhorar mais rápido, Augusto ouvia tudo calado, enquanto Letícia chorava aliviada. Quando o médico saiu os dois foram ver o pequeno, Matheus estava sentado na cama com o braço preso ao soro e ele parecia emburrado. Letícia observou que ele ainda estava pálido e os lábios ainda estavam sem cor, mas ela acreditava que era normal e que em breve ele estaria bem mais corado. — Papai eu quero ir pra casa. — o pequeno falou chateado. — Nós iremos depois que o seu soro acabar. — Tia, eu tenho que ir pra escola amanhã? Eu não posso ficar aqui. Letícia sentia seu coração apertado, a criança não poderia ir para a escola tão cedo, pois ele deveria evitar sair de casa, para evitar qualquer infecção, já que sua imunidade estava baixa, Letícia olhou para Augusto e depois para a criança. — Querido, você vai ter que ficar alguns dias em casa por precaução. — falou enquanto tocava os cabelos dele. O garotinho olha para o pai e depois para a professora. — Então eu vou ficar sem ver você? — Ele falou e Letícia percebeu que os olhos dele estavam cheios de lágrimas. E na mesma hora sentiu seu coração se partir em mil pedaços ao ouvir aquilo, pois o pequeno já havia se apegado a ela também. — Querido, eu irei até a sua casa todos os dias,eu vou levar as suas tarefas e nós vamos estudar juntos. — falou para Matheus. — Tudo bem? — finalizou olhando para Augusto pedindo permissão. E Augusto assentiu. — Eu queria que você fosse morar lá em casa. — Matheus falou de forma inocente e Letícia riu. — Eu não posso, eu tenho a minha casa, mas não se preocupe descanse para que você possa ficar bem logo. O menino concordou e assim que o soro acabou eles foram embora, mas Augusto decidiu deixar Letícia em casa primeiro, sendo que a moça havia saído sem nem levar a bolsa, quando o carro parou em frente a casa dela ela se virou para trás e viu que Matheus dormia tranquilamente. — Obrigada por cuidar dele. Letícia olhou para o homem e sorriu. — Eu fiz isso por que eu gosto do Matheus, ele é um garotinho especial. — falou observando o garotinho. — Amanhã eu irei até a sua casa para levar as tarefas dele, claro se não for um problema. — Não é. — Augusto garantiu. — Eu agradeço a sua dedicação com ele, e irei recompensá-lá — Não é necessário senhor campos, eu faço tudo isso pelo Matheus. — o homem aquiesceu. — Bom até amanhã. — Letícia falou e saiu do carro. Augusto esperou ela entrar e logo depois seguiu caminho. Letícia soltou um suspiro e ficou pensando no pequeno, e para ela, ele ainda estava bem pálido desde que saíram do hospital. E há muito tempo que ela não rezava, mas naquele dia ela se ajoelhou em frente ao seu pequeno altar e ali pediu para que Deus desse saúde para aquela criança que era tão querida por ela, o mesmo já sofria com a falta da mãe, ainda mais para uma criança que descobriu que a própria mãe tinha ido embora com o tio, e aquela criança não merecia sofrer tanto.𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. Na manhã seguinte após Letícia dar as aulas ela seguiu até a casa de Matheus, e daquela vez ela não havia sido barrada na entrada. A mesma estacionou o seu carro no pátio e desceu do veículo, e antes que ela pudesse bater na porta a mesma se abriu e o homem que parecia o mordomo apareceu. — Boa tarde. — Boa tarde. — Ela sorriu. — O meu nome é Letícia, sou a professora do Matheus. O homem acenou com a cabeça e permitiu que ela entrasse na casa, que para ela aquilo não era uma simples casa e sim uma mansão enorme, Letícia nunca tinha entrado em uma casa tão grande e rica. — O pequeno está no quarto. — O homem falou, e ele parecia um robô. — Ele está bem? — Letícia perguntou preocupada, enquanto ela e o mordomo subiam as escadas. — Ele passou a noite com febre, mas agora ele está melhor. Letícia sentiu seu coração se encolher no peito ao ouvir aquilo, quando chegaram no quarto do pequeno a jovem professora já foi falar com o seu aluno. — Boa t
𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. Letícia cordou com o seu celular tocando,tateou a mesa da cabeceira e pegou seu celular e atendeu sem nem mesmo olhar para ver quem era. — Alô? — Alô. — a mesma despertou assim que escutou a voz rouca e profunda de Augusto, pai do seu pequeno aluno. E o homem parecia estar bem aflito e apressado com alguma coisa. — Aconteceu alguma coisa com o Matheus? — perguntou desesperada. — Nós estamos no hospital, o Matheus passou mal durante a madrugada. — Eu estou indo até aí. — falou se levantando rápido da cama. Letícia desligou o celular e se levantou correndo, tomou um banho rápido e se vestiu. Em seguida foi para o hospital que Augusto havia mandado por mensagem, estacionou o carro em uma das vagas ali e seguiu para dentro do hospital. Foi até a recepção para buscar informações, e a mulher indica o quarto em que o garotinho estava, e em poucos minutos ela entrou no cômodo em que o pai e filho estavam. — Tia. — O garotinho falou, mas ele
𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. Letícia entrou na sala que ela usava para dar aulas para crianças de até seis anos, ou como ela gostaria de chamar ele de seus pequenos. As paredes da sala estavam cheias de desenhos dos seus alunos, tinha cadeiras e mesas espalhadas pela sala, tinha uma estante com livros e brinquedos também o que fazia a jovem professora sorrir. A moça tinha se formado há pouco tempo, e assim conseguiu um emprego naquela escola de classe alta, após uma seleção bem rigorosa, mas apesar da pouca idade Letícia era muito competente. A mesma colocou a sua bolsa sobre a mesa e então começou a arrumar a sala, ela limpou a lousa, arrumou os livros, e ligou o aparelho de dvd onde colocava filmes infantis até dar o horário de início das aulas. Ela se ajeitou quando ouviu baterem na porta, ela olhou pelo local e viu um homem alto, com os cabelos negros, tinha a barba por fazer e com a expressão séria, o mesmo trajava um terno preto exalando poder, e logo atrás dele tinha um garot
𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. Segui para casa ainda pensando no que havia acontecido, gostava muito das crianças e por isso optei pela área da educação infantil, eu acreditava que sendo professora poderia fazer a diferença na vida das crianças. Após alguns minutos estacionei o carro na frente da minha casa, era uma casa simples em um bairro subúrbio daquela cidade, mas era um bairro calmo e bastante familiar, pois sempre via as crianças brincando na rua e até mesmo passeando com seus cachorros. Desço do meu carro e logo fui cumprimentada por Rebecca, que foi a minha mãe de leite, e ela era a única mãe que tive, já que não conheci minha mãe biológica, pois a mesma acabou falecendo no parto. — Boa tarde, minha filha, você chegou tarde hoje. — ela falou me olhando. — Boa tarde mãe. — beijo sua cabeça em sinal de respeito. — Eu tive que deixar um aluno em casa, o pai esqueceu de buscar ele — Meu deus, mas que tipo de pai é esse? Letícia deu de ombros e juntas entraram na casa, Letícia
𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. Letícia como em todos os seus dias chegou cedo ao trabalho, a mesma estacionou seu carro na parte privativa dos professores e desceu do mesmo, Letícia estava tão concentrada pensando nas atividades que ela daria naquela semana que nem percebeu a aproximação de duas pessoas, ela parou quando viu dois sapatos, um era pequeno e o outro grande. Ela olhou para cima e viu Matheus e seu pai olhando para ela, o pequeno garotinho tinha um pequeno buquê de girassois em suas mãos e ele sorria tímido.— Bom dia — Augusto falou com a sua voz rouca e parecia bem mais intimidadora naquele silêncio da manhã. — Bom dia — Letícia respondeu séria. — Oi Matheus,como você está? O pequeno não falou nada,apenas estendeu o pequeno buquê de flores para ela. — É pra mim? — O menino assentiu tímido. — Muito obrigado querido. — Letícia falou e beijou a bochecha dele. — Eu amo girassol. — Eu queria me desculpar por ontem. — Augusto falou sem esperar, e Letícia assentiu. — Não tem