Maya
— Sente-se, pai — pedi e sentei-me no sofá maior à sua frente, enquanto ele se acomodou em uma das poltronas.
— Como você está? — perguntou esfregando as mãos uma na outra com agonia.
— Bem. E você?
— Estou bem. — Fez uma breve pausa encarando os próprios pés, como se buscasse palavras ou algum ponto de onde continuar com o diálogo. — Queria... Queria ter ligado para você há alguns dias, mas... não tenho o seu novo número. — Olhou-me novamente.
— Por que não pediu a Clarice ou a tia Jenna?
— Você foi embora com raiva de mim. E, como não me passou o seu número, imaginei que não quisesse que eu o tivesse. Por isso não pedi a elas.
— Desculpe. Quando estive aqui, nem me toquei sobre isso. Mas o que queria me dizer quando quis ligar?
— Eu fui à reunião do AA na segunda. Entrei no ônibus e fui até lá sozinho. Não contei a ninguém que estava indo, apenas fui.
Sorri com imensa alegria e orgulho da sua atitude.
— Você gostou? Conte-me como foi.
— Achei estranho, mas gostei. — Sorriu frac