No dia seguinte, Apollo acorda disposto e olha para o relógio; são sete da manhã, nunca havia dormido até essa hora. Levanta-se e vai até o banheiro para fazer sua higiene. Procura um terno escuro como sempre, desce e entra em seu carro. Quando se dá conta, está em frente à "Empire", que está quase vazia. Ao entrar, avista apenas a morena Camy e outro rapaz. Senta-se no mesmo lugar de ontem e o rapaz vem atendê-lo, mas ele prefere ser atendido pela Camy:
— Bom dia, senhor. O que irá pedir? — falou o atendente.— Quero ser atendido pela Camy, por favor. — pediu Apollo.O rapaz se retira, e segundos depois, Camy se aproxima:— O que deseja? — cumprimentou Camy.Apollo pede um cappuccino com um misto quente. Antes de ela sair, ele toma coragem para perguntar o motivo de estar ali:— Camy! — cumprimentou Apollo.— Sim, senhor! — respondeu Camy.— Só Apollo, Camy, por favor. — pediu Apollo— Certo, sim, Apollo, o que deseja? — perguntou Camy.— Onde está a loirinha do caixa, a... a... — perguntou Apollo meio inseguro— Athena, Apollo, esse é o nome dela. — exclamou Camy. — Ela está no curso, ela só chega mais tarde e, por isso, acaba fechando a lanchonete. — explicou ela.— Hum... entendi, obrigado, Camy. — indagou Apollo.Após a saída de Camy, Apollo começou a comer. Minutos depois, Átila entrou na Empire com uma expressão aborrecida, deixando claro que sua noite não havia sido boa.Átila sentou-se e pediu um café preto sem açúcar:— Que cara é essa, Átila? A noite não foi boa? — perguntou Apollo rindo.— Você lembra da Any, aquela minha ficante? Disse que está grávida, mas eu sempre usei camisinha. — respondeu Átila.— E ela disse que era dele? — perguntou Apollo.— Sim, aquela iludida, querendo me dar um golpe. — esbravejou Átila.— Então você era o ficante dela, mas ela não era a sua ficante, kkkk. — falou Apollo.— Desgraçado, e você ri, né! — reclamou Átila.— Mas a sua cara de corno está engraçada demais. — exclamou Apollo rindo.— Por que você veio para cá de novo? — perguntou Átila curioso.— Eu queria vê-la! — falou Apollo.— Oi? — indagou Átila.— A Athena, aquela bela loira enfezada. — confessou Apollo— Acho que está apaixonado, kkk!!! — falou Átila, que agora era ele que ria.— Tá doido, não estou. Sabe de uma coisa, vamos trabalhar. — ordenou Apollo.Apollo pagou a conta e, ao tentar abrir a porta, ela foi empurrada, batendo em cheio no seu nariz, causando uma dor insuportável. Seu terno ficou manchado de sangue instantaneamente, e ele percebeu novamente aquele cheiro de canela. Athena correu até ele desesperada, preocupada por tê-lo machucado:— Ai, meu Deus, senhor, me desculpe, sou estabanada. Será que quebrei seu nariz? — falou Athena assustada.— Calma, Athena, tudo vai ficar bem. — falou Apollo a tranquilizando-o— Ai, meu Deus, amiga, você quebrou o nariz dele. — falou Camy.— Ai, para, Camy, não estava legal. Vim correndo porque pensei que alguém estava me seguindo. — explicou Athena pelo susto.— Sempre né, Athena. — falou Camy, se arrependendo em seguida.— Cala a boca, Camy. — ordenou Athena. — esbravejou Athena.— Vamos, Apollo, precisamos te levar ao hospital. Já falei com seu médico, ele pediu para colocar gelo no local e manter o nariz para cima. — falou Átila.— Como você vai dirigir e por gelo no nariz? Aff, que merda, oh inferno. — reclamou Apollo irritado.— Aqui, amiga, o gelo. — falou Camy, entregando uma bolsa de gelo.— Vem, Apolo, eu vou com vocês e seguro o gelo. Camy avisa seu José que aconteceu. — pediu Athena.— Pode deixar, amiga, por enquanto dou conta, tem pouca gente. — respondeu Camy.Apollo levantou-se, dirigiu-se à frente e ergueu a cabeça, enquanto Átila foi buscar o carro nas proximidades. Athena era pequena, ficava nas pontas dos pés para segurar o gelo em no nariz dele. Apollo percebeu que ela tremia, então segurou sua mão, que estava gelada:— Se for te prejudicar, eu mesmo faço isso. — falou ele.— Não, tudo bem, é que... deixa pra lá, eu vou com você. — respondeu ela.Átila chegou com o carro, eles entraram e ela sentou-se bem próxima. Apollo sentiu o aroma dela, agradável, assim como sua dedicação e atenção.Alguns minutos depois, chegaram ao hospital. Seus seguranças tentaram impedir que ela entrasse, e ele notou que ela perdeu a cor quando seguraram seu braço:— Não me toque... — pediu Athena em pânico.Lágrimas escorreram de seus belos olhos azuis, o que o deixou incomodado, sem entender o motivo:— Solte ela, ela está comigo, não toque nela. — ordenou Apollo.— Não me toque... — pediu Athena já chorando.— Calma, Athena, olha pra mim, olha, está tudo bem, você está em um hospital. — falou Apollo com calma.Athena olhou para ele, piscou algumas vezes e o abraçou. Apollo ficou surpreso, sentindo um choque ao tê-la em seus braços. O momento foi interrompido por um médico. Ele a levou para a sala de espera e instruiu que ninguém se aproximasse dela."Por que, eu o abraçei? Por que eu o abraçei?"Era o que Athena pensava. Estava surtando ali, desde aquela noite, ninguém conseguira tocá-la. Entrara em pânico com o segurança dele, mas com ele, não sentira nada, só uma sensação de paz. Sentira-se protegida naquele abraço.Depois de um tempo, ela o avistou saindo com curativos no nariz, que por sorte não estava quebrado:— Desculpa, Apollo, eu te machuquei demais. Estou péssima com isso. — confessou Athena.— Calma, Athena, está tudo bem. Vem, vou te levar para casa. — falou ele.— Não preciso voltar para o trabalho. — explicou Athena— Então, te levo. — pediu Apollo.Já passava da hora do almoço quando ele a deixou na lanchonete. Decidiu entrar, pediu para usar o banheiro, e ela o acompanhou até lá. Ele entrou, usou o sanitário, lavou as mãos e, ao sair, viu algo que fez seu sangue ferver, embora nem soubesse o motivo:— Larga ela. — gritou Apollo.Athena parecia travada e começou a chorar enquanto um homem segurava seu braço. Ele a puxou para si e a abraçou com força, sentindo-a relaxar. O homem pediu desculpas por tê-la segurado e, depois que ela recuperou a força, ela deu um tapa forte no rosto dele:— Você sabe, Diego, ninguém me toca nunca, e mesmo sabendo disso, você me puxou pelo braço forte. — reclamou ela.— Desculpe, Athena, mas algo que não entendo é que, há três anos, qualquer homem que te toca, você entra em transe e treme. Mas ele te tocou, te abraçou e você relaxou. Por quê? — perguntou Diego.— Não sei, só sei que se você fizer isso de novo, esqueça que sou sua amiga. — ordenou Athena.— Mas, Athena... — falou Diego.— Nada de 'mas'. E Apollo, obrigada pela preocupação e desculpe pelo nariz. — falou Athena.— Você ficará bem? — perguntou Apollo.— Sim, só fui pega de surpresa. — respondeu Athena, tranquilozando-o— Então, estou indo. Depois apareço. Preciso cuidar desse nariz. — respondeu Apollo.Athena observou ele partindo, sentindo-se confusa. Como ele consegue acalmá-la quando todos os outros a deixam com um medo mortal?O resto do dia transcorreu sem grandes surpresas. No fim do expediente, fechou a lanchonete e, ao sair, viu algo que a surpreendeu.Apollo estava parado do outro lado da rua, esperando-a:— Você sai bem tarde, né! — perguntou ele.— Sim, muito, mas seu José sempre me dá carona. — respondeu ela.— Posso te levar para casa, mas antes, te levar para comer algo! — pediu Apollo.— Se fosse outra pessoa, eu negaria, mas não sei por que, confio e me sinto segura com você! — confessou Athena, entrando no carro do Apollo.