​O primeiro dia de fuga foi a epítome do exílio. Sophia passou as horas espremida ao lado de um ser que era, ao mesmo tempo, seu guardião e sua maior ameaça. O cheiro de rosas esmagadas, frio e estranhamente sedutor, pairava no ar úmido do esconderijo sob o carvalho.

​Ao acordar, Alaric não se moveu imediatamente. Ele ficou deitado, observando Sophia, os olhos negros fixos.

​— Margaret pensou que a fome me faria te consumir durante o dia, em meu estado de maior vulnerabilidade — disse ele, a voz ainda rouca do sono catatônico.

​— Eu não sou sua refeição, Alaric. Sou sua aliada. — Sophia sustentou o olhar, sentindo a fraqueza da própria determinação.

​— E qual é o seu plano, aliada? Permanecer virgem ao lado de um monstro faminto até que ele caia em um sono natural?

​— Meu plano é quebrar as correntes de Margaret. E a sua.

​Sophia não esperou a resposta e saiu do buraco, sentindo o alívio do ar fresco. Ela comeu o restante dos biscoitos e bebeu a água, enquant