O silêncio entre eles não era vazio; era um campo elétrico, denso, onde cada respiração parecia um convite velado. Lívia sentia o coração bater descompassado, e, por mais que tentasse se convencer de que deveria manter distância, cada fibra do seu corpo gritava na direção contrária.
Arthur permanecia diante dela, a poucos centímetros, o olhar cravado em seus olhos como se estivesse mapeando cada reação. A mão dele ainda repousava próxima ao peito dela, a lembrança do toque recente queimando sob a pele. Um leve sorriso curvou os lábios dele — não de deboche, mas de alguém que sabe exatamente o efeito que está causando.
— Por que você está fazendo isso? — a pergunta escapou antes que ela pudesse segurar.
— Fazendo o quê? — Ele se inclinou levemente, como se a resposta dependesse de uma aproximação maior.
— Me olhando assim. Se aproximando desse jeito.
Arthur ergueu uma sobrancelha, como quem considera a pergunta uma provocação.
— Talvez… porque não consigo evitar. — A voz dele era