Malu
— Ah, tu chegou… Bem que eu ouvi um baru… — Samuel está saindo do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura e secando os cabelos cacheados com outra, mas para de falar ao me encarar — O que tá rolando? Que bagulho é esse aí?
Ele aponta com o queixo para a caixa no chão e eu estou tão assustada, que não consigo respondê-lo.
— Qual foi, Malu? O que tem ali?
— É… — até tento responder, mas parece que minha voz se recusa a sair.
Cansado de ficar me perguntando, ele vai até a caixa e a pega nas mãos. Divide o olhar entre mim e o objeto, com o cenho franzido.
— Quem deixou esse caralho aqui?
— Eu… Eu não sei, Samuel… — sinto meu corpo todo trêmulo.
Quando abri a caixa, havia uma cabeça humana dentro, com os olhos abertos, como se quem o estivesse matado, não tivesse fechado os olhos do defunto, propositalmente.
— Foi você quem fez essa brincadeira de mau gosto comigo? — pergunto, sentindo meus olhos lacrimejarem.
— Tá doida? Bebeu? Claro que não fui eu. Que razão eu teria pra faz