Voltamos para o loft em silêncio. Caio dirigia com os olhos presos na estrada, mas uma das mãos mantinha-se entrelaçada à minha, como se fosse um elo que nos prendia à realidade. Eu não conseguia falar. O corpo ainda tremia levemente, e o gosto metálico do medo parecia não ter saído da minha boca. Mas eu estava viva. E ele também.
Quando entramos no loft, Lana se levantou do sofá de imediato. Estava com os olhos arregalados, os ombros tensos, como se não tivesse conseguido respirar desde que saímos.
— E aí? — ela perguntou, a voz trêmula. — A polícia pegou ele?
Caio assentiu, mas fui eu quem respondeu:
— Pegaram. Ele vai pagar por tudo que fez.
Lana respirou fundo, aliviada, e me envolveu num abraço apertado. Eu senti seu coração disparado contra o meu. Sabia que, pra ela, também tinha sido um inferno. Alexandre não só tinha destruído parte da minha vida, como também tinha invadido a dela. Drogar minha irmã foi o último limite que ele ultrapassou — e, finalmente, não teria m