O telefone vibrou com uma insistência quase cruel em cima da mesa do loft. Olhei para a tela e o nome que apareceu me gelou até os ossos: Alexandre. Por um instante, hesitei. Caio estava sentado ao meu lado, com os olhos fixos em mim, percebendo o peso daquela chamada.
— Você vai atender? — ele perguntou baixo, quase temendo minha resposta.
Minha garganta secou, e o aperto no meu peito parecia um punho apertando lentamente. Respirei fundo, tentando controlar o tremor das mãos, e deslizei o dedo para atender. A voz dele veio fria, venenosa, como uma lâmina afiada.
— Lara. Quero falar com você. Só pessoalmente.
Meu coração acelerou, uma mistura de medo e raiva invadiu cada centímetro do meu corpo. Sempre era ele quem fazia o que queria, impunemente.
— Por que pessoalmente? — consegui perguntar, tentando manter o controle.
— Porque não adianta papo por telefone — respondeu, rindo, um som baixo e cruel. — Você e eu precisamos resolver isso como adultos. Ou melhor, como a verda