Visão de Caio
Quando Daniel chegou, eu já estava na porta antes mesmo de ele tocar a campainha pela segunda vez. O rosto dele, sempre sério, se suavizou ao me ver.
— Que bom que veio rápido — falei, abrindo espaço para que ele entrasse.
— Você sabe que pode contar comigo — respondeu, batendo levemente no meu ombro com a mão livre. — Mas confesso que não esperava um chamado seu em pleno domingo de manhã.
— As coisas ficaram sérias — murmurei, conduzindo-o pela sala. — Quero que ouça diretamente delas.
Lana estava sentada no sofá, a manta ainda enrolada nos ombros, o olhar perdido em algum ponto do chão. Lara estava ao lado dela, como sempre: firme, atenta, protetora. A conexão entre as duas, mesmo silenciosa, preenchia o ambiente.
— Daniel, essa é a Lana — disse, com o tom respeitoso que a situação pedia. — E essa é a Lara.
Ele fez um leve aceno com a cabeça.
— Sou policial civil. Mas hoje, estou aqui como amigo do Caio também. Fiquem tranquilas. Só vou ouvir, registrar e orientar. Sem