Acordei com o som insistente do interfone. Ainda era cedo demais para qualquer entrega, e tarde demais para ser só um engano.
Caio resmungou algo incompreensível, se virando para o outro lado, ainda aninhado entre os travesseiros. Eu me levantei devagar, puxando o moletom que ele havia deixado jogado na poltrona, e fui até a pequena tela junto à porta.
— Sim? — perguntei, a voz ainda rouca de sono.
— Lara Mendes? Aqui é do Hospital São Vicente. Precisamos falar com você com urgência. É sobre sua irmã.
Meu coração congelou.
— O quê? Como assim? O que aconteceu?
A voz do outro lado da linha ficou mais firme, quase automática:
— Ela deu entrada hoje de madrugada. Foi encontrada desacordada na Praça das Flores. Está estável, mas precisamos que a senhora venha o quanto antes.
Minha mente começou a girar. Lana? Mas ela estava bem ontem. A gente tinha trocado mensagens rápidas — ela dizia estar ocupada, cheia de planos para o fim de semana, como sempre. Tinha até comentado al