Saí do quarto ainda com os cabelos presos no alto da cabeça, usando apenas uma camiseta velha do Caio e um short. Os pés descalços faziam pouco barulho no chão do loft, mas ele já sabia que eu estava acordada.
A música vinha da cozinha, abafada pelo som do exaustor ligado e o farfalhar de panelas. Sorri sem perceber quando reconheci a voz de Jorge e Mateus ecoando pelo celular em cima da bancada. Caio cantarolava baixinho, enquanto mexia alguma coisa na panela. — Ultimamente, já não tenho mais mandado em mim... — ele cantava, sem se dar conta de que eu já estava encostada no batente da porta, observando. — Foi só você que fez com que eu ficasse assim... — continuou, até notar minha presença. Ele se virou com um sorriso debochado nos lábios e a colher de pau ainda na mão. — Ah, então você acordou, minha “prisão sem grade”. — Ta me chamando de prisão, é? — cruzei os braços, fingindo indigna