Lizandra
O som dos pneus esmagando a brita da entrada me alerta antes mesmo das câmeras de segurança. Eu vejo pelos monitores: uma fileira de carros pretos, brilhantes sob o sol escaldante, cortando a estrada de terra e adentrando os portões da minha fazenda. Meu coração acelera. Eles estão aqui. Todos eles. A família inteira Lambertini, incluindo os meus pais. E pelo jeito que dirigem, ninguém veio a passeio.
Respiro fundo e ajeito Brenda e Briana nos carrinhos, mantendo o balanço rítmico com o pé, enquanto reviso alguns documentos sobre a minha mesa. O sucesso da geração de energia ainda me surpreende. O lucro que achei que viria apenas da agropecuária não se compara ao retorno desse investimento. Preciso discutir isso com David e Darlan o quanto antes. Mas esse pensamento é logo abafado pelo som de buzinas e risadas altas lá fora.
Saio do escritório e, assim que chego à varanda, sou envolvida pelo cheiro de carne assando e pela visão do caos harmonioso que se instala ao redor da pis