Darlan
O cheiro metálico de sangue seco e ferrugem é a primeira coisa que me atinge quando descemos para o porão. O ar aqui é grosso, pesado, como se as paredes carregassem os ecos de cada grito já arrancado de alguém. A única luz vem de uma lâmpada oscilante no teto, lançando sombras distorcidas em Castellano, que está amarrado à cadeira no centro da sala.
Ele tenta manter a expressão fria, mas eu vejo. O medo. O suor escorrendo pela têmpora. A leve tremedeira dos dedos.
— Acham que podem me quebrar? — Castellano cospe no chão, os olhos cheios de uma arrogância imunda. — Já passei por coisas piores.
Sorrio de lado. Pobre tolo. Acendo um cigarro e dou um longo trago, solto a fumaça lentamente observando o homem à minha frente que tenta resistir.
— Isso aqui não é sobre dor, Castellano — digo, minha voz baixa como um veneno escorrendo. — É sobre terror.
— Vamos começar? — Derick estala os dedos, os olhos ardendo de pura maldade.
— Vamos — respondo, a voz baixa, calma.
Pego um saco de l